
Os vereadores que comandam as investigações parlamentares sobre a atuação da Enel no ABC, concordam que se trabalharem em conjunto podem ter mais resultados. Das sete Câmaras da região, quatro já investigam a concessionária de energia. A CPI de Santo André já deliberou a convocação de representante da Enel e envia na sexta-feira (08/10) ofício através do qual convoca representante da concessionária para dar explicações à comissão. Foram sugeridas três dadas e o porta-voz terá que escolher entre os dias 18, 20 e 22 de outubro.
O vereador de Santo André, Renato Barros Santiago Filho, o Renatinho do Conselho (Avante), presidente da CPI, disse que a atuação conjunta das Câmaras trará a força que o tema precisa. “Quanto mais gente entrar para brigar melhor. Nós iniciamos aqui o movimento político contra os abusos que a Enel vem cometendo, porque todos os dias eu atendo no meu gabinete de três a quatro pessoas reclamando de contas altíssimas e de um serviço de atendimento ruim, todo terceirizado, que não resolve o problema das pessoas. É preciso o meu pessoal ligar lá, e olha que depois que a gente fala com eles, conseguimos resolver alguns dos problemas”, relata.
Renatinho tem montado barracas pela cidade, um tipo de gabinete itinerante, onde tem coletado queixas contra a Enel e também adesões a um abaixo-assinado que será entregue à Assembleia Legislativa pedindo uma CPI estadual. “Os deputados precisam investigar também, esse não é um problema só de Santo André é igual nas 24 cidades em que essa empresa atua no Estado”, justifica. A coleta já reuniu cerca de 4 mil assinaturas e a meta é chegar a 50 mil.
Em Mauá a CEI (Comissão Especial de Inquérito) que vai investigar a atuação da Enel, terá a sua primeira reunião na quinta-feira (07/10). Para o presidente da comissão, vereador Anderson Alves Simões, o Sargento Simões (Podemos) os trabalhos devem começar com o pedido de informações aos órgãos de proteção ao consumidor e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). A comissão de Mauá é a mais nova entre as quatro investigações abertas no ABC, foi aprovada no dia 30/09.

“Diante do grande número de reclamações, da alta tarifa, do serviço ruim, da falta de poda de árvores que atingem a fiação e as denúncias de divergência do consumo medido pela concessionária, nós fizemos o pedido de CEI e que foi aprovado com relativa facilidade”, relatou o parlamentar que é da bancada de oposição ao prefeito Marcelo Oliveira (PT). Simões considera que, quando o assunto é Enel ou conta de luz, o discurso é unânime quanto às críticas à empresa. “É impressionante como a Enel une a situação e a oposição contra ela. É muito difícil conseguir passar um projeto meu aqui na Câmara, mas o pedido de CPI passou fácil”, explicou.
O Procon e a Aneel são os primeiros órgãos a serem consultados pela CEI de Mauá, segundo avalia o presidente da comissão. “Precisamos saber o tamanho do problema e quais são as maiores reclamações”, disse Simões que acredita também que as comissões de investigação das Câmaras devem se unir para um trabalho em conjunto. “Trabalhar junto não vai tirar o brilho do trabalho de uma Câmara ou de outra vai ajudar. Eu até já comentei isso em reunião hoje com a assessoria da casa que essa cooperação é necessária, eu quero é que o trabalho funcione e a população seja atendida, porque ela tem pressa”, disse Simões.

Em Diadema, a segunda das comissões mais jovens formadas na região, os vereadores já tiveram a primeira reunião na segunda-feira (05/10) e o presidente da CEI, Eduardo Minas (Pros) disse ao RD que quer dialogar com os representantes das comissões de Santo André, São Caetano e Mauá.
O presidente da CPI da Enel na Câmara de São Caetano, vereador César Oliva (PSD) disse que foram feitos vários questionamentos à Enel e que a companhia tem uma semana para responder. “Fizemos uma lista enorme de pedido de documentação, com prazo curto para ser enviado para a Câmara, vai desde o contrato da Enel com o município, até os planejamentos, projetos, gastos e aprovações da diretoria, além das promessas que a Enel fez para São Caetano”.