
Com obras iniciadas em 2017 e previsão de entrega no ano seguinte, o Centro de Iniciação ao Esporte de Ribeirão Pires, que seria construído com verba de R$ 3,1 milhões proveniente do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) Fase II, já sofre efeitos do tempo, do vandalismo e furtos. Essa foi a constatação de vistoria feita pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) quinta-feira (21/10). A Prefeitura assinala intenção de retomar a obra, inclusive já negocia com a Caixa a retomada do investimento.
Durante a vistoria do TCE, os fiscais encontraram parte de instalações que já estava quase pronta, destruída, pias e torneiras dos vestiários furtadas e azulejos quebrados. O relatório final da corte de contas ainda não saiu, mas fotos do local foram divulgadas pelo tribunal. A obra foi anunciada em 2013, início da gestão Saulo Benevides (PMDB), mas a construção propriamente dita teve início em 2017, já na gestão Adler Teixeira, o Kiko (ex-PSB, hoje PSDB) com a terraplenagem do terreno, já com uma verba ligeiramente maior R$ 3,3 milhões. Na época outros centros esportivos como esse foram anunciados com verba do PAC e a proposta era que ficassem como um legado dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. A obra parou na gestão Kiko. Ela deveria ter sido entregue em 2018.
Sobre o estado em que se encontra a estrutura erguida em terreno de 3,5 mil metros quadrados no Jardim Serrano, a prefeitura informou o local não conta com vigilância, que apenas a Guarda Civil Municipal faz rondas pelo local. A prefeitura não informou quanto do valor total da obra já foi empenhado.

A proposta do CIE era o de oferecer atividades esportivas e também treinos voltados ao esporte de alto rendimento, visando a formação de atletas. O centro esportivo teria estrutura para a prática de 13 modalidades olímpicas (Atletismo, Basquetebol, Boxe, Handebol, Judô, Lutas, Tênis de mesa, Taekwondo, Vôlei, Esgrima, Ginástica Rítmica, Badminton e Levantamento de Peso), seis modalidades paraolímpicas (Esgrima de cadeira de rodas, Judô, Halterofilismo, Tênis de Mesa, Voleibol sentado e Goalball e Futsal).
“As duas gestões anteriores não cumpriram os requisitos para prosseguimento do contrato, o que fez com que a obra não prosseguisse e o contrato fosse suspenso. Agora, a atual gestão está empenhada em retomar o projeto. A Secretaria de Obras informa que já está com as conversas adiantadas com a Caixa a fim de reaver os termos e os recursos do contrato. Possivelmente, em 2022, o CIE será entregue à população”, informou a Prefeitura em nota.
São Bernardo, Diadema e São Caetano
O TCE vistoriou também outras cinco obras no ABC, sendo duas em Diadema (Construção do Pronto Atendimento Infantil e construção dos CAP’S – Centro de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas e Infantil), duas em São Bernardo (obras do conjunto habitacional Vila Esperança e urbanização e construção de unidades habitacionais no Parque São Bernardo) e uma em São Caetano (contratação de empresa especializada para execução de obras de requalificação urbana com execução de
infraestrutura complementar). Os relatórios destas obras ainda não foram divulgados pelo tribunal.
Em nota, a Prefeitura de São Bernardo informa que as obras habitacionais da Vila Esperança serão retomadas nos próximos dias. “O projeto foi paralisado temporariamente pela construtora responsável para reprogramação do contrato junto à Caixa Econômica Federal – ente responsável pela liberação dos recursos. O projeto já havia sido parcialmente entregue à população, totalizando 124 unidades habitacionais concluídas, implantação de boxes comerciais e serviços de infraestrutura e urbanização”, justificou a Prefeitura.