
O ABC contabiliza, em média, 85,5 mil pessoas que ainda não procuraram os postos de saúde da região para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. De acordo com informações das secretarias de saúde da região, o número representa 5% de ausência no processo de vacinação. A Prefeitura de Santo André não informou o número de abstenções até o fechamento da reportagem.
A maior taxa de absenteísmo, até o momento, foi registrada em Rio Grande da Serra, onde proporcionalmente e de acordo com a população, 10% dos imunizados com a 1ª dose não voltaram para a segunda etapa do processo de vacinação, o que corresponde a 3.011 pessoas. Na sequência aparece Diadema, com 25.806 pessoas que não retornaram para o reforço da vacina (6% da população elegível).
Em Mauá, 15,8 mil pessoas estão atrasadas para o processo de vacinação, o que corresponde a 4,5% do processo, enquanto em Ribeirão Pires, 4.069 pessoas também não voltaram para se vacinar com a dose de reforço (4,12% do total). São Caetano tem 4.604 pessoas que ainda não voltaram para completar o processo de imunização (3,3% do total).
Já a taxa de abstenção em São Bernardo é a mais baixa da região, 0,4% do processo vacinal, ainda assim, são 32.239 pessoas que não retornaram aos postos de saúde para receber a segunda aplicação da vacina.
Em todas as cidades, as unidades básicas de saúde (UBS) permanecem abertas para que a população se imunize contra a covid-19.
Proteção
O infectologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Juvencio Furtado, explica que uma única dose da vacina é capaz de garantir determinada imunidade para o corpo humano, no entanto é insuficiente para afastar o vírus. “Uma primeira dose já garante uma resposta imunológica para o corpo humano, mas muito baixa para uma proteção contra o vírus”, explica. Em uma única aplicação, a Coronavac apresenta em média 50% de imunidade, enquanto a Astrazeneca garante em torno de 76%.
Para o infectologista, a proteção só se torna efetiva quando se recebe as duas doses da vacina. “A segunda dose é essencial para a população, funciona como um reforço da primeira dose e diminui consideravelmente o risco de infecção e/ou de contaminações em casos graves da doença”, enfatiza.