Na manhã desta quinta-feira (24/2), pais se assustaram com a presença da Polícia Militar na unidade do Sesi de São Bernardo, no bairro Assunção. Os policiais atenderam a uma denúncia de que um dos alunos do 8º ano, de 13 anos, divulgou nas redes sociais que promoveria uma invasão à escola. Segundo os estudantes, as ameaças eram feitas com referência ao ataque de Columbine, tragédia dos EUA, onde jovens invadiram uma escola e dispararam tiros contra os colegas.
As informações foram espalhadas em grupos de Whatsapp de pais de alunos do Sesi, na noite de quarta-feira (23), após algumas crianças relatarem medo pela situação. Em nota, a Polícia Militar informa que um dos pais foi à base do batalhão e relatou que estudantes divulgaram um possível ataque à escola em uma rede social. Sendo assim, o Comando de Força Patrulha prosseguiu com a equipe de Ronda Escolar até o local e fez contato com a direção da escola. Ao chegar à unidade escolar, o aluno foi encaminhado à direção e, após buscas, nada de ilícito foi encontrado. Após constatação de que não havia perigo, a direção entrou em contato com os pais do jovem. Até o momento a ocorrência não foi apresentada na Polícia Civil, informa a PM.
Uma das mães, que preferiu não se identificar, relatou que após tomar conhecimento do fato, pesquisou o garoto em redes sociais e encontrou conteúdos de apologia ao nazismo e outras formas de violência, como o ataque de Columbine. “A preocupação veio das próprias crianças, que nos alertaram para um grande problema. Estamos muito tristes e sem saber como lidar com a situação. Diante de um assunto tão sensível, não temos informações ou contato oficial com a escola”, conta a mãe ao informar que, diante da confusão na unidade nesta manhã, decidiu não deixar as filhas nas aulas. “Não sabemos até que ponto essas ameaças são verdadeiras. Até que ponto pode ir essa situação?”, questiona.

Segundo informações da Polícia Militar, durante a ocorrência, foi verificado que o aluno sofre de depressão. “Pelo conteúdo que ele posta é possível perceber que há algum problema. Agora precisamos entender como acolher esse aluno, como lidamos com essa situação. Ele é um reflexo da nossa sociedade, temos de entender como resolver isso. A escola precisa se reunir com a comunidade escolar”, afirma a mãe.
Nas redes sociais, o garoto se descreve como “nazista e matador de gays”, ainda escreve a palavra feminismo ao lado de um emoji de mão fechada (simbolizando soco), Lula Livre ao lado de um emoji dormindo, e Boslonaro 2022 ao lado da bandeira do Brasil, e finaliza a descrição com a frase “Odeio minha vida”. No Instagram, o estudante divulga fotos com o símbolo nazista. Em uma página de jogos, o garoto publica imagens do famoso ataque realizado nos EUA , e usa a descrição “New Columbine”.
Acolhimento
Em nota, o Sesi informa que, ao saber do ocorrido, imediatamente registrou boletim de ocorrência. Desde então, o caso está sendo apurado pelas autoridades locais. A direção da escola informa ainda, que com o apoio da Supervisão de Saúde e Inclusão Escolar da instituição está em contato direto e permanente com a família do estudante, para acolher e dar todo o suporte necessário. Da mesma forma, apoia toda a comunidade escolar. Por conta da pandemia, desde a retomada das aulas presenciais, a instituição intensificou as ações de recuperação do clima escolar, por meio de profissionais especializados, como pedagogos e psicólogos.
Para os pais, na tarde desta quinta-feira, o Sesi enviou comunicado oficial e informou que as aulas seguem normalmente e que um novo informativo sobre as ações educativas a serem desenvolvidas com todos os alunos e corpo docente será emitido nesta sexta-feira (25/2).