
Trabalhadores da Asservo Multisserviços, que prestam serviços para a Prefeitura de Mauá, disseram ao RD que a empresa tem colocado menos pessoal para fazer a limpeza das escolas. Os trabalhadores também falaram de transferências e de sofrerem pressão dos chefes. A empresa nega a situação e diz que não há um número fixo de funcionários por colégio e que as transferências entre as unidades escolares é comum e feita conforme a necessidade.
Uma agente de conservação e limpeza que preferiu não revelar seu nome, disse que está a três anos para a empresa e que na unidade escolar em que trabalha deveriam atuar sete pessoas na função, mas só há cinco. “Fazem muita pressão e há muita sobrecarga de trabalho. Eu acho que a prefeitura, como contratante deve estar pagando por uma quantidade de pessoal que na realidade não tem na escola”, conta. A funcionária disse ainda que os trabalhadores que reclamam são humilhados pelos supervisores. “Teve funcionário que até passou mal e foi parar na UPA (Unidade de Pronto Atendimento). Eu soube que tem escola que está com cinco funcionários a menos”, disse.
Outro funcionário ouvido pelo RD e que também não quis que seu nome foi revelado, contou que faltam cinco funcionários no colégio em que atua. Nele estariam faltando cinco trabalhadores e o serviço acumulou para os três restantes. “A prefeitura é o cliente e a empresa ela não tem que ficar fazendo transferências e sim contratar funcionários para completar o quadro, porque está sobrecarregando todo mundo”, disse o trabalhador que considera a situação uma injustiça.
O Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana) do ABC esse tipo de reclamação ainda não chegou à diretoria, que prometeu apurar. “Trata-se de uma empresa grande e por isso temos visitas pontuais. Se tiver excessos os sindicato vai atuar”, disse o diretor sindical Roberto Gomes.
De acordo com o Siemaco, além de Mauá, a empresa também atua em escolas municipais de Santo André, e também assumiu o serviço de limpeza e conservação em 17 escolas estaduais da região. Ao todo a empresa empregaria, segundo o sindicato, aproximadamente 700 pessoas nas redes municipais e estadual do ABC.
A representante da empresa Asservo, Luciana Silveira Lúcio, disse que o serviço contratado pela prefeitura de Mauá não especifica um contingente de pessoal fixo em cada unidade escolar. Segundo ela são 294 funcionários que são distribuídos conforme a necessidade de cada unidade. “Os funcionários assinam contrato de trabalho com a empresa e nele diz que pode ser remanejado para qualquer unidade escolar da área de atuação, mas eles não querem sair das escolas em que estão nem por 15 dias”, explica a gerente geral da empresa.
Segundo Luciana, o contrato com a prefeitura de Mauá foi renovado em novembro e o serviço tem sido realizado de acordo. “Tem acontecido que alguns diretores de escolas novos, não estão satisfeitos e querem mais funcionários, por causa da pandemia, querem uma limpeza mais frequente das áreas da escola. Por outro lado tivemos 14 escolas reformadas em Mauá, e temos um trabalho de limpeza pós obra”, explicou. Luciana disse ainda que não há situações de pressão sobre os funcionários, mas que há substituições de pessoal o que é normal no setor. “Nessa área de terceirização de serviços a rotatividade é grande e as pessoas que não se adaptam ou têm faltas excessivas e sem justificativa, são fatores para demissão, isso é normal e acontece em qualquer empresa”, detalha.
A prefeitura de Mauá não se posicionou.