
Com quase quatro horas de sessão, a Câmara de São Caetano teve como destaque na última terça-feira (08/03) uma forte discussão entre os vereadores governistas. O motivo foi a aprovação de um requerimento do oposicionista Jander Lira (União Brasil) sobre uma empresa que presta serviços de coleta e tratamento de resíduos hospitalares. Mesmo com a maioria, os aliados do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) não conseguiram impedir a aprovação. Internamente a reclamação é sobre a falta de um líder oficial de governo.
O requerimento de Jander entrou em votação, dos 19 vereadores, sete votaram contra. Então o presidente da Casa, Tite Campanella (Cidadania), confirmou a aprovação do documento. Irritado com a situação, Gilberto Costa (Avante) começou a afirmar que a proposta tinha sido rejeitada, porém, Tite reafirmou que a maioria se manteve como estavam, dando assim seu voto positivo para o pedido de informações.
Então iniciou um forte debate sobre a votação. De um lado os governistas afirmando que o requerimento foi rejeitado. Do outro os oposicionistas afirmando que o presidente da Câmara já tinha confirmado o resultado e que o mesmo não poderia ser mudado. Após 10 minutos de bate-boca a transmissão da sessão chegou a ser interrompida, retomando segundos depois.
Campanella retomou a explicação sobre o ocorrido e afirmou que mesmo que seja contra o requerimento, ele tem que ser justo com o resultado e ainda pediu para que os vereadores que fossem contra qualquer requerimento que deixassem isso bem claro, levantando a mão no momento da votação.
Jander Lira, então, resolveu pedir para justificar o voto, mas ao perceber uma nova discussão, pediu silêncio. No fundo do plenário os vereadores Beto Vidoski (PSDB) e Professor Ródnei (Cidadania) protagonizaram um novo bate-boca.
No final da apreciação dos requerimentos, a vereadora Bruna Biondi, do mandato coletivo Bruna Mulheres por Mais Direitos (PSOL), questionou Tite Campanella sobre a possibilidade de um sistema eletrônico de votação, fator que poderia acabar com este tipo de confusão. O presidente do Legislativo afirmou que haverá um sistema e a criação de um aplicativo para que todos possam realizar as votações, mesmo que não estejam em plenário, e que a população possa acompanhar todos os trabalhos da Casa. A ideia é que a implantação ocorra em conjunto com as mudanças do regimento interno.
Enquanto isso, a base aguarda uma decisão oficial sobre a liderança de governo. Gilberto Costa, que ocupou o cargo durante o governo interino de Campanella, segue trabalhando nessa organização. A princípio não há um outro nome que se disponha a realizar tal trabalho.
(Informações: Leandro Amaral)