
Assim como diversas regiões do Brasil, o ABC sofreu com o surto atípico de Influenza, causado pela nova variante H3N2, no final de ano passado e janeiro deste ano. Em março, três cidades da região apresentam quedas expressivas no número de notificações de gripe e síndrome gripais. São Bernardo, por exemplo, não registrou casos de influenza desde janeiro.
Já São Caetano registrou 1 caso de gripe na rede municipal de saúde, uma diminuição de 94% dos casos em março, em comparação a janeiro deste ano. Em Diadema, teve uma queda de 97% das notificações de gripe e síndrome gripais neste mês, em comparação ao período de janeiro.
Outras cidades da região também apresentaram diminuição, em menores escalas. É o caso de Ribeirão Pires, que teve uma queda 20% dos casos de influenza A (H3N2 e H1N1), entre os meses de fevereiro e março. Em janeiro, Santo André apresentou mais de 8 mil notificações de gripe e síndromes gripais. Em março, a cidade registrou queda de cerca de 34%, foram notificados 1,3 mil casos.
Chegada do Outono
O outono é a época do ano que favorece o desenvolvimento de doenças respiratórias, tanto as alérgicas, como rinite, sinusite e asma, quanto as infecções, como a gripe. Médicos alertam sobre cuidados com esta época do ano. O pneumologista Diego Henrique Ramos reforça que pacientes que tenham quadros como asma e rinite devem ficar atentos à baixa umidade do ar, típica do outono. “É importante tirar os agasalhos do armário, verificar se estão com cheiro de pó, lavá-los antes do uso, e reforçar a limpeza dos ambientes para retirar o pó que fica sob móveis, em tapetes e cortinas”, ensina Ramos.
O pneumologista Elie Fiss, professor titular do curso de pneumologia do Centro Universitário da Faculdade de Medicina ABC, explica que é nesta época do ano que o vírus Influenza circula pelo hemisfério Sul e, por conta das quedas de temperatura, há uma irritação das vias aéreas e por isso nosso organismo se torna mais suscetível a essas doenças. “A melhor maneira de se proteger contra a gripe é a vacinação”, defende.

Ambos profissionais defendem a imunização, tanto contra a Influenza quanto contra a covid-19. “É a imunização, principalmente para os grupos de risco, que garantirá um resposta imunológica, diminuindo a possibilidade de desenvolver formas graves das duas doenças. Portanto, é importante que o público-alvo da campanha mantenha a imunização em dia”, afirma Ramos.
O governo do Estado anunciou, nesta semana, o início da campanha de vacinação contra Influenza a partir do dia 4 de abril, voltada aos grupos de risco, como crianças entre seis meses e menores de cinco anos, idosos, gestantes, pessoas com comorbidades, entre outros. O imunizante protege contra o subtipo H3N2.
Uso de máscaras
O governo do Estado anunciou no dia 17 de março a desobrigação do uso de máscaras em locais abertos e fechados, exceto transporte público e serviços de saúde. Com a liberação o uso de proteção torna-se facultativo. “Quem não se sente confortável, pode e deve manter o uso da máscara de proteção, principalmente quem faz parte dos grupos de risco. A pessoa deve prestar atenção ao redor, se o ambiente está ventilado e sem aglomeração, pode ficar sem máscara, mas se o local, mesmo aberto, tem aglomeração, é recomendado usar a proteção”, explica Ramos ao salientar que somada ao uso da máscara, a higienização também é necessária. “Leve sempre o seu frasco de álcool em gel, mantenha as mãos limpas. É por meio dela que muitas doenças chegam ao organismo”, diz.
O pneumologista Elie Fiss também explica a importância da máscara. “A expectativa é que com a população deixando de usar máscaras aumentem os casos das doenças respiratórias que já existiam antes da covid, como vírus sincicial respiratório (VSR), resfriado, gripe, influenza. Portanto, é recomendável que ainda sejam utilizadas por quem apresentar sintoma respiratório, para evitar infecções por pessoas próximas”, recomenda.