A disputa pela quebra da barreira imposta pela polarização dos nomes de Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição presidencial está esquentando a cabeça da chama da terceira via. Um dos nomes colocados para tentar espaço neste confronto político é o da senadora Simone Tebet (MDB/MS). Em entrevista exclusiva ao RDtv, a emedebista considera que o primeiro grande objetivo do grupo é buscar uma unificação nos próximos meses para que um nome seja escolhido.

“Falta dar tempo ao tempo. O tempo da política não é igual ao tempo das nossas angústias e das nossas necessidades e além do tempo, que só se dará em maio ou junho, o Centro democrático ter uma cara, o que falta ao Centro democrático é sentar-se a partir de abril para conversar, dialogar entre os presidentes dos partidos para unificar, fazer um pacto, como eu acredito que vão fazer, em nome de uma candidatura única. Não é possível pensar em pontuar nas pesquisas se o Centro democrático ainda não tem um rosto”, explicou.
A senadora relatou que nos últimos dias conversou com integrantes do União Brasil e com o Podemos, além do próprio pré-candidato Sérgio Moro, para iniciar uma solução. Outro ponto é a busca por debates com o PSDB e Cidadania sobre o tema da unificação da terceira via.
Simone acredita que a partir do momento que houver uma união do que chama de “Centro democrático”, haverá uma melhora nas pesquisas eleitorais. “A população não quer voltar ao passado e não quer ficar no presente”, disse a pré-candidata em referência a Lula e Bolsonaro.
A emedebista também crê que por ter uma rejeição menor que os demais candidatos de Centro, haveria um cenário melhor de crescimento nos levantamentos de intenção de voto. Porém, em caso de não ter no nome escolhido, Simone Tebet não pretende disputar o cargo de vice. “Vou entregar santinho, vou participar de carreatas, mas não vou disputar como vice”.
Questionada sobre a possibilidade do PSDB trocar o nome de João Doria pelo de Eduardo Leite, Simone foi taxativa ao dizer que o resultado das prévias devem ser respeitados, mas que “o problema é do PSDB” para resolver tal situação interna.
Participação da Mulher
Simone Tebet é a única mulher que se colocou como pré-candidata a presidente. Primeira vice-governadora da história do Mato Grosso do Sul, primeira senadora, a emedebista crê que existe uma necessidade grande de ter mais representatividade feminina na política, mas que também vê que há um clima bom por mais espaço.
“Foi destacado que na CPI da Covid um então ministro resolveu me atacar. Os outros senadores fizeram questionamentos fortes contra ele, mas ele não teve coragem de respondê-los e acabou me atacando. Prontamente os demais senadores me defenderam, o que mostra que os homens estão começando a respeitar a participação da mulher na política”, destacou.