
A ex-presidente da república Dilma Rousseff (PT) participou virtualmente da entrega da medalha legislativa “Mulheres pela Democracia”, na Câmara de Diadema, na última sexta-feira (8/4). Em seu discurso, a petista relembrou sua história de combate a ditadura militar (1964-1985), sua passagem pela presidência e criticou fortemente o presidente Jair Bolsonaro (PL), o acusando de ser “misógino, homofóbico e machista”.
Em nenhum momento de sua participação Dilma falou diretamente o nome de Bolsonaro e chegou a se referir ao chefe da nação como “sujeito”. Relembrou polêmicas envolvendo o presidente, principalmente a discussão que teve com a deputada federal Maria do Rosário (PT/RS).
“Governantes de caráter violento estimulam a violência. O estupro e a impunidade do estuprador são autorizados quando o sujeito que se tornou presidente da república, ainda deputado, insulta uma deputada, nossa companheira, que o denunciou como tolerante ao estupro. Se um presidente da república defende a tortura e homenageia a ditatura de 1964, então a intervenção militar está sempre em seu horizonte. É sempre algo pelo qual ele flerta, namora e algum dia, se nós não impedirmos, pode querer casas”, disse Dilma.
Em outros momentos relatou sobre as justificativas usadas para o seu impeachment em 2016, alegando que tal medida só ocorreu pelo preconceito que sofreu por ser mulher. “O objetivo era barrar um projeto de desenvolvimento, de inclusão social e de afirmação da nossa soberania e um projeto que tinha uma concepção geopolítica diferente da tradicional submissão aos interesses norte-americanos”, começou.
“Mas o preconceito e a misoginia constituíram uma espécie de pano de fundo, uma espécie de meio ambiente que estrutura a linguagem e a narrativa da desqualificação da primeira presidenta, propiciando um meio ambiente misógino para o golpe”, concluiu.
Durante seu discurso o presidente da Câmara de Diadema, Josa Queiroz, o prefeito José de Filippi Jr. (ambos do PT) e os demais presentes puxaram gritos em prol de Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, e contra Bolsonaro.