
Após o surto de gripe no fim do ano passado e início deste ano, causado pela nova variante H3N2 do subtipo Darwin, e após dois anos impactados pela pandemia do coronavírus, as cidades da região apresentam queda dos notificações de síndromes gripais (que abrangem sintomas comuns de covid-19 e influenza) no mês de março deste ano, comparado ao mesmo período do ano anterior.
É o caso de Ribeirão Pires, que em março de 2022 registrou 297 casos de síndromes gripais, uma queda de cerca de 76% comparado ao mesmo período de 2021, em que foram registradas 1.287 notificações pelos serviços da rede municipal de saúde. Em nota, a Prefeitura informa, que no mês de abril deste ano, até o momento, foram registrados 14 casos de síndrome gripal e em janeiro e fevereiro não houve casos.
Em Diadema, a queda das notificações de síndromes gripais chega a quase 85% no mês de março, comparado ao mesmo período do ano passado. Em março deste ano foram registrados mais de 2,1 mil casos e, no mesmo mês de 2021, foram mais de 13,8 mil. Desde o início de abril até esta quinta-feira (14/4) foram notificados 516 casos de síndromes gripais.
São Bernardo registrou, em março deste ano, mais de 7,6 mil notificações de síndrome gripal. Em comparação a março de 2021, a cidade obteve queda de 35% dos casos, quando foram registradas mais de 11,7 mil notificações. Em abril deste ano foram contabilizados 2,1 mil casos de síndrome gripal e a cidade resgistrou um caso confirmado de influenza, em 2022.
Em nota, São Caetano informa que registrou 8 casos de síndromes gripais em março deste ano e nenhum caso nos meses anteriores.Na comparação entre os trimestres deste ano e de 2021, a cidade registra uma queda de 70% das notificações. Nos três primeiros meses de 2021, a cidade contabilizou 27 casos.
Subnotificações
Para a professora Cristina Vidal, gestora do curso de farmácia da USCS (Universidade de São Caetano) a queda dos casos mostram a subnotificação das síndromes. “No ano passado, por conta do alto número de casos de covid-19, a notificação se fazia necessária para mapear a doença, portanto os serviços de saúde notificavam os sintomas que são semelhantes entre coronavírus e gripe, Hoje estamos em outro momento, a situação está se normalizando”, explica a docente.
Instrumento importante da saúde, as notificações têm o objetivo de monitorar, avaliar o impacto da vacinação, identificar grupos e fatores de risco, responder a situações inusitadas, detectar e oferecer resposta rápida à circulação de novos subtipos, produzir e disseminar informações epidemiológicas, entre outros. “Em epidemiologia nós estudamos a predominância dos vírus. Quando há a disseminação de um novo vírus, os outros, que tem a transmissão semelhante, diminuem. No pico da covid-19, percebemos a influenza diminuída, também por conta das medidas de segurança adotadas na época. Agora que a vacinação contra covid-19 alcança números bons, a tendência é prevalecer a gripe”, afirma Cristina. “Isso também se dá porque a influenza tem uma baixa cobertura vacinal, então hoje, até por conta desta época do ano mais fria, a probabilidade é de que, ao apresentar sintomas gripais, a pessoa esteja com influenza”, explica.
Até o fechamento desta matéria, Santo André, Mauá e Rio Grande da Serra não enviaram informações.