
O Sintetel (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Estado de São Paulo) vai tentar uma audiência no Ministério Público do Trabalho para dialogar com a Atento e evitar mais demissões no site da empresa que fica em São Bernardo. No dia 11 deste mês a empresa anunciou que vai fechar a unidade da cidade, que chegou a ter 10 mil funcionários e que agora conta com 3 mil, segundo a empresa, e 5 mil segundo o sindicato. A Atento garantiu que não haveria demissão em massa e que o pessoal continuaria trabalhando só que em home office, porém, segundo a entidade sindical, 40 trabalhadores foram demitidos desde o dia 14/04.
O secretário geral do sindicato, Mauro Cava de Britto, esteve nesta terça-feira (19/04) com o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB) para tratar do assunto. O objetivo era estabelecer uma agenda tripartite, um encontro na sede da prefeitura entre o chefe do Executivo, a empresa e o Sintetel para a obtenção de garantias dos empregos. Porém esse encontro deverá acontecer no MPT e lá a tentativa é obter compromisso da empresa. O temor do sindicato é que, como o trabalho passa a ser home office e a empresa tem vários sites pelo país, que os trabalhadores de São Bernardo sejam substituídos por pessoas até de outros estados.
“O prefeito achou melhor fazer essa reunião no MPT. Queremos que a empresa forneça a lista de funcionários, com os telefones completos, inclusive com o DDD, para que possamos aferir se a pessoa é mesmo de São Bernardo. Desde a última reforma trabalhista, a empresa não precisa mais homologar no sindicato e com isso a gente fica sem a informação oficial de quantos funcionários são. Calculamos que são 5 mil, a empresa diz que são 3 mil. O prefeito disse que participaria dessa reunião no Ministério Público do Trabalho, pois há um risco iminente da empresa usar pessoal de outras localidades”, disse o secretário geral do Sintetel.
“O ideal mesmo era que conseguíssemos fazer com que empresa voltasse ao trabalho presencial em São Bernardo, porque a cidade perde muito com isso, são comerciantes como o dono do bar, do restaurante e da academia que ficam no entorno, que vão perder, até a empresa de ônibus perde. Só com o que a empresa paga de vale-transporte, vale-alimentação e convênio médico são R$ 36,6 milhões em perdas por ano e a prefeitura também vai perder arrecadação se estes postos de trabalho forem cortados. Nessa conta não estão os funcionários terceirizados e outras coisas que os trabalhadores consomem na cidade”, concluiu Britto.