Polo Petroquímico do ABC é alvo de CPI na Câmara de São Paulo

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A Câmara de São Paulo aprovou durante a sessão desta quarta-feira (27/4) o requerimento do vereador Alessandro Guedes (PT) para a criação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigará possíveis danos ao meio ambiente e a saúde dos moradores supostamente causados pelo Polo Petroquímico do ABC.

A iniciativa para a implantação da comissão ocorreu após investigações das denúncias feitas por moradores que moram na divisa da Capital com Mauá e Santo André, na área próxima ao Polo, após a chegada de uma fuligem preta que teria vindo das empresas localizadas no equipamento particular.

As denúncias foram alvo de uma audiência pública em abril do ano passado e que contou com a presença do vereador andreense Ricardo Alvarez (PSOL) e foi retransmitida pela Câmara de Santo André em seu canal do Youtube.

“Levamos em conta ainda depoimentos de pesquisadores anexados ao relatório final da CPI das Contaminações Ambientais realizada pela Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. São resultados de 20 anos de estudos, que demonstram a elevada incidência de tireoide crônica autoimune (Tireoide de Hashimoto) em moradores dos bairros de Capuava, Sônia Maria e Silvia Maria, em Mauá, em um dos bairros da cidade de Santo André e no Parque São Rafael, em São Paulo, vizinhos do Polo”, disse o autor da comissão de investigação.

Alessandro Guedes será o presidente da CPI. O União Brasil indicou a vereadora Sandra Tadeu. Ainda serão indicados os nomes que representarão o PSDB, o PSOL e o bloco Podemos/PP. O grupo terá 120 dias para realizar os trabalhos a partir da data da instalação da comissão.

Em nota, o parlamentar deixou claro que não tem nada contra a permanência das empresas que fazem parte do Polo, mas que quer de algum modo contribuir para que ocorra o desenvolvimento sustentável e sem transtorno à saúde das pessoas e do meio ambiente.

Outro lado

Desde o ano passado o Cofip (Comitê de Fomento Industrial do Polo Petroquímico) sempre negou que a fuligem encontrada em casas vizinhas ao Polo teria origem nas empresas, pois os testes realizados não apontavam semelhança. Também deixou claro que estava disposto a se reunir com representantes dos órgãos ambientais e dos moradores da região para que conheçam as empresas e entendam o seu funcionamento.