
Em meio as constantes notificações de gripe (Influenza) e casos de covid-19, os atendimentos relacionados à Síndrome Gripal Aguda Grave (SRAG) voltaram a disparar na região, a exemplo de São Bernardo, que de janeiro a junho registrou alta de 60% na procura entre as unidades de Saúde. Foram em média 40 mil consultas/mês na rede municipal contra a média de 25 mil no mesmo período do ano passado.
Para dar conta da demanda, a administração declara que todas as 33 unidades básicas de saúde (UBSs), as nove Unidades de Pronto-Atendimento e o Pronto-Atendimento do Taboão estão empenhados para atender a população, e que o tempo de espera para atendimento varia entre 30 minutos e duas horas, a depender da demanda no equipamento público.
Acontece que quem buscou atendimento na última semana presenciou outra realidade: filas gigantescas nos equipamentos públicos. A especialista em atendimento ao cliente, Erika Oliveira da Silva, esteve na UBS Leblon na quarta-feira (22/6) para receber a 4ª dose da vacina contra a covid-19, e relata que, apesar de muita gente ter buscado a unidade, eram poucos funcionários em atendimento. “Cheguei por volta de 17h30 para receber a 4ª dose, retirei a senha (nº90) e estavam na senha 70 e alguma coisa, mas tinha apenas uma pessoa conferindo a documentação da população e, em um determinado horário, a pessoa simplesmente levantou e foi embora”, reclama.
O problema, segundo a moradora, é que diversos pacientes que precisavam se vacinar e/ou passar por atendimento desistiram de esperar, em razão da demora para o atendimento, caso de Erika. “Começaram a chamar uma pessoa a cada 10 minutos, mas tinha muita gente que precisava passar por atendimento”, lembra. “Como deixam uma só pessoa para atender todos os pacientes e ela simplesmente resolve ir embora?”, questiona. Erika, que tem 46 anos e já pode receber a 4ª dose, mas até o momento não recebeu a aplicação de reforço.

O mesmo problema aconteceu na UBS Jardim Alvorada, em Santo André. Quem procurou a unidade de Saúde nos últimos dias precisou esperar pelo menos uma hora para ser atendido. “Cheguei na unidade por volta de 13h40, peguei uma ficha de controle para atendimento, mas consegui sair vacinado de lá só 14h40, de tanta gente que tinha”, conta um munícipe que preferiu não ser identificado. Ainda de acordo com o morador, além das pessoas que buscavam aplicação da vacina havia também aqueles que precisavam passar por consulta médica. “Ali tinha de tudo, quem precisava tomar vacina e quem tinha de passar por consulta, uma mistura”, lembra.
Questionada sobre o número de atendimentos, a Prefeitura de Santo André não se manifestou, mas relatou que, com a chegada do inverno e o aumento da procura dos serviços de saúde por pacientes com quadro de síndromes gripais, a Secretaria de Saúde reorganizou os fluxos e horário de atendimento de toda rede municipal de Saúde. “Com estratégia adotada, nove unidades de saúde passam a atender exclusivamente pessoas com síndromes gripais das 17h às 21h, para ampliar as alternativas de atendimentos para doenças respiratórias e desafoga atendimentos nas UPAs do município”.
Desde 23 de junho, das 7h às 17h as unidades de saúde Valparaíso, Vila Linda, Jardim Carla, Jardim Santo André, Recreio da Borda do Campo, Vila Guiomar, Moysés Fucs, Vila Luzita e Parque Miami permanecerão com os atendimentos de rotina, como consultas, vacinas, curativos e exames. Entre às 17h e 21h, o atendimento será exclusivamente para síndromes gripais. No local, o paciente será avaliado, receitado e, se necessário, submetido ao teste de covid-19, a fim de verificar a possibilidade de infecção.
Já Diadema informou que o número de atendimento para estes casos apresentou redução em 38,9% neste semestre, passou da média de 35,6 mil notificações de síndromes gripais no ano passado para 21,7 mil este ano. Os atendimentos de sintomáticos respiratórios são realizados por demanda espontânea nas 20 UBSs, nos dois Pronto Atendimentos (Paineiras e Eldorado) e no Pronto Socorro Central. Já o Hospital Municipal de Diadema é referência para os casos de internação covid-19. Também não foi informado o tempo médio de atendimento, uma vez que “os dados sofrem alterações tanto pelo cenário epidemiológico como também pela sazonalidade e a demanda de cada tipo de serviço”.
As prefeituras de Ribeirão Pires, Mauá e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento da reportagem.