
O número de famílias moradoras do ABC na faixa da extrema pobreza aumentou mais de 30% durante a pandemia. Os números são do CadÚnico (Cadastro Único) sistema que é alimentado pelas prefeituras para as famílias obtenham benefícios federais, estaduais e municipais. De acordo com o levantamento de informações junto às prefeituras e ao Ministério da Cidadania, a região tem 109.686 pessoas que recebem o benefício de superação de extrema pobreza.
Nem todas as prefeituras informaram os números dos últimos dois anos. Baseando-se nas que informaram, é possível estabelecer que os números da pobreza extrema aumentaram mais de 30% desde o início da pandemia, em 2020. Segundo os critérios do governo federal, nos anos de 2020 e 2021 para se considerar uma família em pobreza extrema a renda per capita não podia ultrapassar R$ 89 mensais. Em março deste ano o critério mudou para R$ 105.
Em São Caetano, por exemplo, no primeiro ano da pandemia, 1.099 famílias estavam classificadas no estado de extrema pobreza. Um ano depois o número saltou para 1.333 famílias, chegando 1.473 neste ano, uma alta de 34%. Além de cadastrar as famílias a prefeitura de São Caetano informou que disponibiliza cesta básica e leite em pó para as famílias dentro dos critérios.
Entre os moradores de Diadema, 18.384 famílias estavam no CadÚnico dentro dos critérios de extrema pobreza. Esse número saltou para 20.412 em agosto do ano passado, e chegou a 24.984 em junho deste ano, alta de 35,9%. “O município, por meio dos serviços socioassistenciais, vincula a população nos serviços com o objetivo de identificar as demandas para atendimento, acompanhamento e encaminhamentos. Além disso, o Fundo Social de Solidariedade também articula ações para atender a população mais vulnerável, como arrecadação de alimentos, vestuário e absorventes”, diz o paço diademense, em nota.
A prefeitura de São Bernardo não informou o número de famílias em extrema pobreza nos anos anteriores. Disse apenas que a cidade tem 73.261 famílias cadastradas no CadÚnico, sendo 39.493 em situação de extrema pobreza. “A partir deste cadastro, as famílias podem ter acesso a diversos programas sociais, como é o caso do Programa Auxílio Brasil, Programa Minha Casa, Minha Vida, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), Tarifa Social de Energia Elétrica, entre outros. A rede socioassistencial do município também oferece, por meio dos equipamentos de assistência social (CRAS e CREAS), atendimento e acompanhamento, além de acesso aos benefícios e serviços”, informou a administração, em nota enviada ao RD.
A prefeitura de Santo André informou que tem cerca de 64 mil pessoas inscritas no CadÚnico, sendo 30% desse total na condição de pobreza extrema. Segundo o site do Ministério da Cidadania 27.894 pessoas (dados de julho deste ano) recebem o benefício de superação a extrema pobreza na cidade. Em nota a prefeitura fala de uma série de atendimentos para esse público mais carente. “O município de Santo André dispõe de um conjunto de benefícios de transferência de renda, regulados por decretos municipais, que podem ser direcionados a famílias em situação de risco ou alta vulnerabilidade, caso estejam de acordo com o perfil socioeconômico e dentro dos critérios estabelecidos em nossa legislação. Dentre eles, temos um benefício de transferência de renda municipal, onde podem ser incluídas famílias que ainda não foram contempladas por outros benefícios federais, como o Auxílio Brasil, por exemplo. Além disso, o público-alvo dos benefícios acaba sendo contemplado pelas ações do Fundo Social de Solidariedade, que somente neste ano já arrecadou mais de 37 toneladas de alimentos para ajudar famílias em situação de vulnerabilidade”.
As demais prefeituras não responderam. Segundo a página do Ministério da Cidadania, a prefeitura de Mauá tem 9.795 famílias no CadÚnico recebendo o benefício de superação a extrema pobreza. Ribeirão Pires tem 3.927 famílias nesta condição e Rio Grande da Serra tem 2.120.