A advogada e candidata a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil) concedeu entrevista ao RDtv na última quarta-feira (14/09), e falou sobre a defesa de novas leis que possam ajudar no combate à impunidade no País. Para isso, considera que um grupo interestadual e suprapartidário, mas que tenha como base o que foi defendido durante a Operação Lava Jato, possa ser formado para conseguir aprovar tais ações no Congresso Nacional.

“Ser ‘lavajatista’, na minha perspectiva, é não ter o rabo preso com ninguém. Sérgio Moro não tem o rabo preso com ninguém. Estamos dando um passo à frente para participar de um debate político sem ter o rabo preso com ninguém. E com isso nós temos autonomia e independência para propor esses projetos e buscar a aprovação desses projetos”, explicou a postulante.
Três propostas, que já se encontram no Congresso Nacional, foram dadas como exemplos de combate à impunidade. A primeira é o fim do foro privilegiado, ou seja, os políticos perderiam a imunidade parlamentar e poderiam ser julgados diretamente na primeira instância, e não diretamente pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A segunda é a aprovação da PEC (Projeto de Emenda à Constituição) da prisão em segunda instância. De autoria do deputado federal Alex Manente (Cidadania), a ideia seria permitir que uma pessoa condenada pelo juiz de segunda instância já cumprisse pena, mesmo que tenha direito de recursos em instâncias superiores.
E a terceira é o fim da saída temporária de encarcerados, ou seja, acabar com a permissão de saída de presos em determinadas datas como Natal, Dia dos Pais, Dia das Mães ou outros feriados nacionais. Tal fato recebe críticas de setores da sociedade que consideram este direito como uma forma de possibilidade que crimes sejam cometidos por esses presos ou mesmo que ocorra a fuga dos mesmos.
A Lava Jato é a principal base apresentada por Rosângela na busca de votos em São Paulo. Com apoio do ex-juiz federal, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro (PL) e agora candidato ao Senado pelo Paraná, a advogada tenta emplacar em São Paulo os votos que o marido receberia, já que tentou mudar seu título em busca de uma candidatura em terras paulistas.
“Eu estou indo para a candidatura, porque estou cansada de ver tanta impunidade. Eu vivi a Operação Lava Jato de dentro da minha casa. Eu sei o quanto é difícil profissionalmente, no âmbito da família, no âmbito íntimo das pessoas combater a corrupção. Dentro da lei, aplicar a lei, mostrar para todos que a lei é uma para todo mundo. Todos estão sujeitos ao rigor da lei e a Lava Jato mostrou isso”, justificou.
Ao ser questionada sobre sua escolha presidencial, Rosângela relatou que Sérgio Moro acabou deixando sua pré-candidatura à presidente, pois percebeu que os partidos da chamada ‘Terceira Via’ estavam “rachados” e que sem o apoio devido não houve como seguir com sua pretensão política.
Moro chegou a ser anunciado como pré-candidato à presidente pelo Podemos. No final da janela eleitoral, em 2 de abril, se filiou no União Brasil com o convite do diretório paulista. Impedido de disputar a eleição por São Paulo, “retornou” para o Paraná para a disputa da vaga no Senado.