
São Caetano possui vários paratletas bem posicionados nos rankings mundiais das modalidades. É o caso, por exemplo, da mesatenista Bruna Alexandre, que irá comemorar o Dia Nacional do Atleta Paralímpico (22) como número 3 do ranking mundial paralímpico, na classe 10, para andantes – é a melhor das Américas.
Catarinense de Criciúma, Bruna teve o braço direito amputado ainda bebê, por conta de um erro médico ao lhe aplicarem a vacina BCG, ainda aos três meses – o erro na aplicação ocasionou trombose. No entanto, ela afirma que nunca teve problemas com o fato de ter apenas um braço.
Bruna é a caçula de uma família de quatro irmãos. “Tanto meus irmãos quanto meus pais sempre me trataram como uma pessoa normal, com todos os membros do corpo. Inclusive, eu sempre gostei muito de jogar bola com meus irmãos na rua, andar de bicicleta, skate e todos agiam de uma forma absolutamente natural.”
Outro detalhe que comprova o fato de que Bruna foi tratada sem distinção é que ela participou de competições com pessoas sem deficiência. “Já fui campeã dos Jogos Regionais, Jogos Abertos do Interior, Campeonato Paulista e Brasileiro disputando com pessoas sem deficiência”, lembra.
Com 27 anos, Bruna chegou em São Caetano convidada pela CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) e pelo CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro). “Eles me convenceram de que seria melhor para mim vir treinar em São Caetano, onde está a nata do tênis de mesa do Brasil, a melhor estrutura e os melhores treinadores, que estão comigo até hoje. E eu pude comprovar tudo isso aqui.”
Com a consciência de quem é a melhor paramesatenista das Américas e uma das melhores do mundo, Bruna tem um lema principal em sua vida: tudo é possível. Ela conta uma passagem ocorrida na Vila Olímpica de Tóquio durante os Jogos Paralímpicos de 2020, disputados em 2021, por conta da pandemia.
“Eu entrei na praça de alimentação da Vila e, quando olhei ao lado, tinha um atleta chinês que não tinha os dois braços e estava se alimentando com os pés. Ali, eu percebi que minha deficiência em nada me impede de fazer tudo aquilo que eu quero. Aliás, aquela cena nos provou que nada, nenhuma deficiência é impeditivo de fazermos aquilo que queremos, de chegarmos onde pretendemos chegar. Realmente, tudo é possível!”, finaliza Bruna.