
A moradora de São Caetano, Kathleen de Campos, está sofrendo com vários problemas desde que foi submetida a uma cirurgia plástica, uma rinoplastia, realizada no Centro Universitário da Faculdade de Medicina do ABC. Ela diz que após o procedimento desenvolveu uma sinusite crônica, que tem muita dificuldade para respirar e que seu nariz sofreu uma inclinação muito grande, e ela não se reconhece mais no espelho. Em nota a FMABC negou a ocorrência de erro médico.
A cirurgia de Kathleen foi realizada no dia 1° de julho de 2021 e desde que os curativos foram retirados a paciente se revolta toda vez que se vê no espelho. “Empinaram meu nariz em 110° eu disse que não queria que ele ficasse assim. Quando questionei os médicos, sugeriram que eu estava ansiosa e que estava com algum problema psicológico. Fizeram ainda um alectomia – procedimento que consiste em reduzir as asas nasais – e ninguém me falou disso, só soube depois da cirurgia. Não consigo mais olhar no espelho, tenho crises de ansiedade, de choro e vômito”, disse a paciente ao RD.
Katlheen relata que desde que foi submetida a cirurgia no nariz não consegue mais respirar direito. Ela procurou um médico otorrino que, ao ver exames anteriores à cirurgia, disse que antes da operação uma sinusite deveria ter sido tratada, o que os médicos da FMABC não fizeram. “Meu nariz vive fechado, tenho insônia. Eu era funcionária pública e tive que pedir exoneração por não conseguir trabalhar direito, além das dores de cabeça, nuca e olhos. O otorrino disse que desenvolvi uma sinusite crônica”.
Em nota a FMABC nega erro médico. “O Centro Universitário FMABC informa que não houve nenhum erro médico no procedimento realizado na paciente em questão. Após a realização da cirurgia de rinoplastia, ocorrida em 01/07/2021, a Sra. Kathleen não compareceu a nenhuma consulta de pós-operatório. A equipe da FMABC tentou contato com a paciente em diversas oportunidades para acompanhar o progresso da cirurgia, mas as ligações não foram atendidas e os e-mails foram respondidos com ofensas. Ademais, ressalta-se a competência da equipe de cirurgia plástica do Centro Universitário, que possui formação, especialização e é composta por membros da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. A instituição segue à disposição da paciente para auxiliá-la no que for possível”.
A paciente, no entanto nega a informação de que não voltou às consultas pós-cirurgia. Ela conta que tem provas de que voltou à FMABC nos dias 5 e 8 de julho de 2021 e novamente no dia 13 de setembro. Nesta última consulta, acompanhada da mãe, a paciente perguntou na hora de ir embora se poderia pegar os documentos que estavam sobre a mesa, e que lhe foi dito que sim. Dias depois um boletim de ocorrência de furto foi registrado contra a paciente. “Em resposta a reclamações que fiz disseram isso, que eu não tinha retornado, é mentira”, disse Kathleen que completa que agora não quer mais voltar à FMABC. “Aquele lugar me faz mal, mesmo que me falem para voltar lá, para refazer a cirurgia, eu não volto. Como vou me colocar de novo nas mãos dessas pessoas? Não tenho mais confiança”, conclui.