Nos últimos anos, uma novidade tem crescido de forma exponencial em todo mundo: as fintechs. O termo surgiu da união de tecnologia e inovação aplicadas no mercado das pessoas físicas e jurídicas (crédito, investimentos, crowdfunding, meios de pagamento, seguro e outros). Regulamentadas pelo Banco Central desde 2018, estas startups do setor financeiro já somam ao menos 1,2 mil em todo País, e crescem ano após ano.

Em entrevista ao RDtv, a mestre em Administração pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), Ana Carolina Tossetti Davanço, aponta os desafios e nichos deste mercado no País. Ana, que é pesquisadora do Conjuscs, explica que as fintechs são negócios, geralmente startups, no processo de se encaminhar para serem entrantes do mercado (nacional e internacional). “Em geral, as fintechs começam como pequenos empreendimentos e acabam apresentando crescimento bastante consciente”, explica.
A ideia de ser um concorrente do modelo antigo de mercado fez com que, em 2019, no período pré-pandêmico, houvesse um “boom” de fintechs no setor, 35,6% do total de empresas foram regulamentadas, o que corresponde a um total de 742 negócios. A maior parte, segundo Ana, são fintechs que atendem a outras empresas, especialmente as pequenas e médias.
O grande destaque do setor tem sido o uso de tecnologias remotas para serviços financeiros. “Esse processo abre mais possibilidades para que mais pessoas tenham acesso ao serviço”, explica. Se alguém mora longe de uma agência bancaria, por exemplo, a fintech permite maior inclusão e, até mesmo, um barateamento do trabalho.
Segundo a pesquisadora, a expansão deste novo setor está diretamente ligada a evolução digital. “As fintechs se aproveitaram muito da revolução tecnológica e inovaram bastante para entender as necessidades dos clientes”, diz. Outro grande ponto das empresas emergentes, foi ofertar produtos novos adaptados às demandas.
Em termos de emprego, 88% dos postos de trabalho nas fintechs se distribuem em seis segmentos: meios de pagamento (33%), serviços digitais (22,2%), crédito (10,7%), risco e compliance (7,7%), tecnologia (7,5%) e backoffice (6,9%).
Um ponto destacado pela pesquisadora é que as fintechs que atuam no Brasil começam a enfrentar a concorrência internacional. É o caso, por exemplo, dos anúncios de atuação por parte das fintechs europeias Revolut (Reino Unido) e N26 (Alemanha), conforme noticiou o jornalista Lucas Agrela.
Para que não haja impacto direto, a consultora avalia que o novo setor precisa se atualizar para não perderem neste nicho (mercado financeiro) para o modelo mais tradicional. “Temos visto, por parte dos bancos, uma corrida pela digitalização. Isso mostra que estão atentos a essas mudanças e buscam se adaptar neste modelo de empresa. Quem não correr atrás, ficará de fora, inclusive para as empresas internacionais”, afirma.
A pesquisadora alega, ainda, que não há números percentuais disponíveis para um aprofundamento do estudo sobre o tema, mas que com a consolidação das fintechs no mercado, pesquisas mais aprofundadas serão feitas sobre o assunto.