A cesta básica ficou mais cara em outubro, após dois meses consecutivos de queda no ABC. O engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá de Benedeto, afirma que, ao analisar os 34 produtos que compõem o consumo estipulado de uma família, com dois adultos e duas crianças durante 30 dias, foi possível notar um crescimento de 1,69% no preço da cesta, equivalente a cerca de R$ 18 a mais em relação ao mês anterior.
Em entrevista ao RDtv, Vezzá esclarece que após bater o recorde de R$ 1.141,01 em julho, o valor da cesta básica em outubro foi de R$ 1.101,72. “De vilões, temos o tomate, com 41,45% de aumento no preço; e a batata, que ficou 26,32% mais cara. Os itens de hortifruti, de uma maneira geral, oscilam bastante de preço por conta de vários fatores ”, diz.
Vezzá explicita que o aumento no preço de legumes, verduras e frutas envolve uma série de razões, principalmente o clima. Os custos de produção, que integram a plantação das sementes, preço dos fertilizantes e pesticidas, o transporte são grandes influenciadores no preço, mas o clima é o principal. “Como tivemos bastante chuva e ventos fortes e, o tomate e a batata sofrem muito com este clima, eles puxaram o aumento”, expõe.
Na cesta a queda mais significativa em outubro foi a do preço da margarina, por se tratar de um produto comum no dia-a-dia de todos os brasileiros. O produto teve um recuo de 10,96%, custou em média R$ 6,75 em outubro. “Em setembro, ele estava na faixa dos R$ 7,58 e, fico muito feliz com esta queda, porque um produto muito presente nos cafés da manhã dos brasileiros está mais acessível ”, afirma.
A pesquisa é feita em grandes redes de supermercados da região, exceto os atacados. “Avaliamos os preços na Coop, no Carrefour, no Sonda, no Nagumo, no Joanin e no Extra. Apesar dos bons preços dos ‘atacarejos’, não utilizamos eles na pesquisa já que buscamos por preços pela mesma quantidade de produto nos locais pesquisados ”, acrescenta Vezzá.

Sobre as previsões para novembro e dezembro, a expectativa é de mais aumento de preços por conta das festas de final de ano. “Historicamente, o final do ano não é uma boa época para baixos preços por conta do clima e o pagamento do décimo terceiro salário que faz com que a demanda aumente um pouco e não são feitas muitas promoções”, afirma.
O agrônomo explica, ainda, que a fase que o País se encontra ajuda a favorecer na alta dos preços em todos os setores. “A questão do fornecimento de energia estar mais caro e a implicação da guerra da Ucrânia e até as eleições contribuem para que os insumos tenham uma piora nos preços, mas continuamos tendo esperança de que as coisas vão melhorar e o valor da cesta básica continuará em queda”, completa.