
Após realizar um censo com pessoas que recolhem resíduos recicláveis pelas ruas de Santo André, o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), em conjunto com diversas secretarias da Prefeitura, desenvolveu o Plano Municipal de Inclusão Produtiva dos Catadores de Materiais Recicláveis. Antes de tornar-se um decreto para o município desenvolver políticas públicas a esses trabalhadores, foi aberta consulta pública, para que a população possa contribuir com melhorias, aperfeiçoando essa importante e inédita política municipal.
Qualquer pessoa pode participar, e enviar dúvidas e sugestões até 1º de dezembro, por meio deste link https://bit.ly/3FGUVZ2. O objetivo do plano é proporcionar melhores condições de vida e trabalho, capacitação profissional e a inclusão dos catadores ao sistema de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Santo André, por meio do empreendedorismo, da empregabilidade ou do cooperativismo, fazendo com que esses profissionais consigam novas oportunidades e geração de renda digna e estável, o que é fundamental para que esse grupo social deixe a condição de vulnerabilidade socioeconômica.
Para atingir tais finalidades, o plano de inclusão produtiva contou com consultoria do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), que estipulou uma metodologia de três fases: desenvolvimento humano, capacitação profissional e geração de trabalho e renda. Além disso, a elaboração do documento contou com participação das secretarias de Desenvolvimento e Geração de Emprego, Educação, Saúde e do Núcleo de Inovação Social, por meio da Escola de Ouro.
Censo dos catadores – Estima-se que haja em Santo André 1.831 pessoas que recolhem recicláveis no município. Mais de 850
pessoas aceitaram participar da pesquisa executada pelo Semasa, respondendo a perguntas sobre trabalho, renda, escolaridade, saúde, moradia, saneamento, dentre outros.
O estudo revela que 74,7% dos catadores são homens e 23,3% são mulheres. Questionados sobre os motivos de trabalharem com a reciclagem, 66,6% responderam que é porque não conseguem emprego formal. Em relação à renda, 52,9% ganham menos de um salário-mínimo. No quesito escolaridade, 37,7% dos profissionais não concluíram o ensino fundamental e 9,1% não são alfabetizados.
Outros dados levados em consideração para a formulação do Plano Municipal de Inclusão Produtiva dos Catadores de Materiais Recicláveis, diz a respeito sobre os cursos de qualificação profissional: cerca de 81% dos catadores que participaram do estudo não realizaram nenhum curso. Além disso, 90,5% não contribuem para a previdência social e 83,8% não sabem que existem ou como funcionam cooperativas ou associações.