
Esta quinta-feira (17/11) foi marcada por emoção e superação em um reencontro de pais e filhos prematuros com os profissionais de saúde no Hospital da Mulher de Santo André. A iniciativa marcou o Dia Mundial da Prematuridade e contou com a participação de cerca de 100 pessoas.
Aghata Sabrina da Silva Germano, de 21 anos, foi convidada para participar do encontro com seu filho Arthur Martins, de 1 ano e sete meses, que nasceu com apenas 26 semanas em uma condição de prematuridade extrema.
A mãe começou a sentir dores nas costas e chegou no hospital com quatro dedos de dilatação. Estava com 26 semanas de gestação, não conseguiu segurar e o bebê nasceu como prematuro extremo no dia 12 de maio de 2020. “Ele ficou quatro meses internados e, em alguns dias, eu não estava mais aguentando e nem ele, mas tivemos muito apoio e muito carinho da equipe. Até oração eles faziam com a gente”, relembrou a moradora do Parque Miami, enquanto secava as lágrimas.
A diretora administrativa do Hospital da Mulher e do Centro Hospitalar Municipal, Analúcia Chaves, participou do evento e falou sobre a importância de debater o tema. “Em comemoração ao Novembro Roxo, buscamos conscientizar o quanto é importante o acompanhamento do pré-natal. Para nós e uma importante missão, acompanhar o crescimento destas crianças que nasceram tão pequenas, muitas com menos de 500 gramas e hoje ver essas crianças fortes e saudáveis nos mostra o quanto esses pequenos são grandes guerreiros”, disse.
O auge do evento foi protagonizado por vídeos com imagens das mães e dos bebês durante a internação no hospital, o que proporcionou um turbilhão de sentimentos nos pais e profissionais que puderam relembrar de todas as lutas vividas com cada bebê que estava ali.
Duas munícipes, Mariluce Aparecida da Silva, mãe da Maria Fernanda, e Gabriela Fechio Ribeiro, mãe do Gael Matheus Fechio Ribeiro, enriqueceram o evento com depoimentos sobre a trajetória dos prematuros que nasceram com 25 semanas de gestação.
No final do evento, os bebês foram presenteados com polvinhos e as mães ganharam encosto de pescoço do grupo de voluntários Naninhas do Riso.
A festa é tradicional e realizada todos os anos no hospital, mas, durante a pandemia, teve de interromper os eventos. O encontro desta quinta-feira marcou a retomada, com 42 mães e a maioria compareceu.
Banco de Leite – Em outubro, 27 bebês nasceram em partos prematuros no Hospital da Mulher. Dos 20 bebês que estão na UTI, 12 fazem uso do Banco de Leite. “Esse leite materno recebido para quem doa pode ser pouco, mas para nós toda gota importa, o bebê recebe um ou dois mililitros. Esse leite vai salvar a vida do bebê internado na UTI neonatal e permitir que ele tenha uma vida melhor, diminuindo a mortalidade infantil”, explicou a supervisora do Banco de Leite do hospital, Luciene Barbosa dos Santos.
Apesar de contar com 45 doadoras fixas, o hospital constantemente trabalha na busca ativa de novas doadoras para garantir o abastecimento do estoque. Cada frasco com 300 ml pode beneficiar até dez bebês. Pessoas que fazem uso de bebidas alcoólicas, cigarro, receberam transfusão sanguínea ou tenham sorologia inadequada não podem fazer a doação.