
Nesta sexta-feira (25/11) acontece a Black Friday, ação que estimula o comércio oferecer descontos em produtos no Brasil e no mundo. As tentações são muitas, porém, é bom o consumidor redobrar a atenção na compra para não sair prejudicado, seja ao gastar demais ou cair em algum golpe.
David Douglas Guedes, advogado do IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), explica que os golpes mais comuns durante a Black Friday, são os links falsos. “Geralmente, são links que aparecem nas redes sociais, com ofertas explosivas, e a pessoa acaba fazendo a compra por impulso”, conta. Guedes explica que após o pagamento ser feito, o site sai do ar ou o interlocutor para de responder.
O advogado cita o popularmente chamado de black fraude, quando uma loja aumenta o preço de produtos e no dia do evento diminui e não dá o desconto real. “Muitos lojistas tentam passar uma maquiagem nos preços para vender produtos com o preço mais alto”, reforça.
Guedes explica que, para o consumidor ter segurança na compra, precisa primeiro fazer um planejamento e entender o que realmente precisa. Além disso, é necessário fazer uma pesquisa sobre os produtos e os fornecedores. Em relação ao direito de troca, diz, a lei que se aplica é a mesma: prazo de 7 dias a partir do recebimento do produto. “Por exemplo, o Procon de São Paulo sempre publica uma lista de lojas que não são aconselháveis de comprar”, diz.
Firmeza na compra
Doroti Gomes Cavalini, diretora do Procon Santo André, também afirma que a dica é que o consumidor saiba exatamente o que quer comprar e faça pesquisa de mercado sobre o valor médio do produto fora da época da promoção, já que o objetivo é conseguir adquirir o item com desconto real.
Outra dica, comenta, é o cuidado com o superendividamento. Na compra de produtos atraídos pela oferta, muitos não observam o orçamento familiar. Já há um número expressivo de consumidores endividados, por isso a importância de fazer uma lista dos produtos desejados. É importante que a pessoa esteja preparada para o que quer comprar e saber quanto pode gastar, pesquisar preços e até olhar no site do Procon-SP se a loja é confiável. “O consumidor pode guardar anúncios e deve observar se não houve publicidade enganosa e se a descrição do produto é a mesma”, reforça Doroti.
No caso do consumo online, se a compra não for finalizada porque o site travou ou o sistema foi interrompido, e o consumidor perdeu a promoção, este tem o direito de requerer o produto pelo mesmo preço e condições anunciadas.
Cavalini ressalta que o consumidor precisa ficar atento, pesquisar os preços e observar se realmente há desconto no produto; verificar as condições de pagamento e os juros inseridos; atentar à variação dos preços entre uma empresa e outra; ter cuidado com o valor do frete, pois pode ficar mais caro que o produto em si; e ficar atento às opções de parcelamento. “Além disso, é preciso ter cuidado com os links para compras que chegam por e-mail ou redes sociais e pesquisar sobre o estabelecimento na internet para conhecer o histórico da empresa com serviços de entrega e reclamação de clientes”.
Compras feitas fora do estabelecimento comercial, como na internet ou por telefone, podem ser canceladas até sete dias da aquisição ou do recebimento do produto. Para situações de garantia estendida, é importante verificar se a cobertura é total ou se para troca do produto é necessário pagar franquia.
Consumidor ganancioso
Segundo a psicóloga Doroty Mellero, o perfil da pessoa que cai em golpes que envolvem a Black Friday são de gananciosas ou que querem levar vantagem sobre algo. Mellero conta ainda que, se a perda for muito significativa, pode resultar até num quadro depressivo. “A pessoa que acabou de perder uma reserva (dinheiro) muito importante ou acabou tendo uma exposição por conta do golpe pode sofrer com um impacto pessoal muito grande”, afirma.
Doroty Merello conta que uma boa forma de se controlar durante ações de desconto é anotar os gastos ou manter uma planilha de controle para não comprar demais ou adquirir coisas até sem necessidade.