
A Prefeitura de São Bernardo, através da Secretaria de Cidadania e da Pessoa com Deficiência, vai buscar uma nova estratégia para a divulgação de vagas de emprego para pessoas com deficiência. Na sexta-feira (25/11), durante a quarta edição do Feirão do Emprego no Ginásio Poliesportivo da cidade, dentre as 2,5 mil vagas disponibilizadas, 150 eram destinadas ao público PCD, mas que não foram preenchidas. Para o secretário Pery Cartola, é necessário focar numa estratégia de divulgação dessas vagas para atingir o público específico.
A preocupação em preencher as vagas foi destacada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB) quando esteve no feirão. “A gente tem fomentado (a empregabilidade), mas às vezes você tem a vaga e não acha o trabalhador, pois o Feirão do Emprego é também uma ferramenta para quem precisa contratar. Temos como exemplo as vagas para os PCDs, são 150 vagas disponíveis e essa é uma vaga que você não consegue preencher. Constantemente a gente oferece e não acha o trabalhador qualificado para atender a essa demanda, isso gera um problema também para o empregador que precisa, diante da legislação, contratar”, conta.
Cartola disse que a secretaria faz um levantamento do tamanho do público PCD e onde ele está, para definir essas estratégias de divulgação específicas. “Temos já um banco de dados com mais de três mil pessoas, que cadastramos de acordo com os vários serviços que a Prefeitura oferece. O que precisamos é fazer a informação chegar até eles. A cidade é bastante inclusiva, o transporte é gratuito para esse público, ele não vai pagar Zona Azul para ir a um feirão, mas a gente precisa fomentar ainda mais essa divulgação”, disse.
A Prefeitura quer, com este mapeamento do público PCD, encontrar os locais onde há mais pessoas e mostrar as oportunidades de emprego. “Elas podem estar escondidas por várias razões, de mobilidade ou até mesmo de preconceito e mostrar o que a cidade tem a oferecer. No ano passado tentamos fazer uma feira específica para esse público, mas na época a indicação foi a de que seria melhor centralizar as vagas no feirão. Essas vagas permanecem e vamos continuar buscando como fazer essa divulgação dentro do público alvo”, relata Pery Cartola, que disponibilizou o e-mail da secretaria (scpd@saobernardo.sp.gov.br) para os interessados em se candidatar às vagas.
Para Vitor Seravalli, diretor do grupo de ESG (Governança Ambiental, Social e Corporativa) da Acisbec (Associação Comercial e Empresarial de São Bernardo) a contratação é difícil por esbarrar em vários aspectos. Diz que não é um processo simples, porque várias questões têm de ser consideradas. Precisa ter uma adequação em relação ao perfil da vaga e do profissional, senão se criado um problema para ambas as partes. “A primeira coisa é que a empresa tem de entender que há diversidade como um todo, tem que fazer um estudo sobre quais áreas podem receber o PCD. Quando uma empresa faz isso ela se abre para a sociedade civil”, analisa.
Segundo Seravalli, existem organizações que ajudam nesse estudo e também preparam os candidatos para vagas. “Eu conheço uma empresa metalúrgica que não só cumpria a sua quota como também preparava pessoal para outras empresas. Muitas empresas desistem diante da dificuldade, mas quando se faz com uma organização se preenche a necessidade da empresa, do trabalhador e da sociedade. As empresas podem aproveitar bem isso a seu favor”, completa o diretor do grupo de ESG.