
As vendas de bebidas alcoólicas ganharam um aliado importante neste final de ano, a Copa do Mundo, que se aproxima muito das festas de Natal e Ano Novo. Para o Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do ABC) as vendas devem superar em pelo menos 20% a média de dias normais para esta época. No setor supermercadista as vendas também crescem, porém o incremento acaba por se anular com o período de lojas fechadas por conta dos jogos.
O consumo de uma forma geral em bares e restaurantes aumentou bem desde a abertura da Copa do Mundo. Na opinião do presidente do Sehal, Roberto Moreira, o mundial de futebol reforçou o movimento nos estabelecimentos em horário não muito comum para o comércio de petiscos e bebidas alcoólicas. “Nessa época as vendas já tendem a ser melhores por conta do final de ano as festas e confraternizações de empresas, com a copa o setor passou a vender mais e em horários diferenciados. Como os jogos são no começo da tarde, as empresas dispensam o funcionário que acaba indo para os bares para assistir, então veio um movimento mais cedo. Isso aumenta o consumo durante a semana e à tarde, que num dia normal não ocorreria”, analisa.
Para Moreira, as vendas devem crescer até mais que os 20%, mas ele prefere manter a previsão mais conservadora. O dirigente destaca que os estabelecimentos comerciais investiram na decoração temática, criaram até pratos e petiscos especialmente para a Copa, alguns oferecem até brindes como o Boteco Maria, (avenida Padre Manuel da Nóbrega, 216 – Santo André), que oferece uma rodada de chope a cada gol da seleção brasileira. “Os estabelecimentos além de mudarem o cardápio também investiram em equipamentos melhores, televisores de melhor qualidade ou telões além do som. O futebol agrada muita gente e até para quem torce para outros times”, diz o presidente do Sehal.
O RD já publicou também reportagem sobre os motéis da região que também criaram atrativos para os clientes com base na Copa do Mundo. O Ilha de Capri, em São Bernardo, por exemplo, oferece em dias de jogos do Brasil uma porção de salgados e duas cervejas por conta da casa. O Estoril, também na cidade, mudou o cardápio e oferece o prato especial com Tilápia, como opção de cortesia para o período de 12 horas de permanência. (leia mais em: https://rd.abc.br/3186556). Veja também bares que prepararam combos especiais para os dias de jogos: https://rd.abc.br/3186086 .
O mundial de futebol antecipou o movimento esperado apenas para a última quinzena de dezembro. “Não fosse a Copa do Mundo o movimento nos bares e restaurantes só estaríamos falando disso lá pelo dia 15/12, então o futebol antecipou o Natal para o segmento e prepara o consumidor para o fim de ano. A Copa trouxe um clima de positividade, tudo o que a política nos prejudicou o futebol e o Natal nos traz de volta”, anima-se o presidente do Sehal.
No setor supermercadista, a APAS (Associação Paulista de Supermercados) ainda não tem um levantamento sobre os números de vendas de bebidas, mas não é difícil ver os carrinhos mais cheios com fardos de latinhas de cerveja, carne e carvão para o churrasco que não pode faltar quando se assiste aos jogos em casa com a família e os amigos. Para o gerente geral da rede Hirota de Supermercados, Helio Freddi, é comum esse movimento nas vésperas e até nas horas que antecedem aos jogos, porém, na opinião dele isso não anima tanto o setor. “Isso não ajuda muito porque as lojas acabam tendo que fechar na hora do jogo, como os jogos são no meio da tarde, vende pela manhã depois fecha. A loja abre depois do jogo, mas os clientes não voltam”, analisa.
Para Freddi, nessa época vende-se muita carne, petiscos e cerveja, que são produtos com uma margem reduzida de lucro, por isso, para que se aposte em alta nas vendas é preciso a saída de outros produtos também. “Como as lojas fecham durante o jogo, isso chega até a atrapalhar um pouco. Verificamos isso até na Black Friday, que aconteceu junto com a Copa, por isso apostamos mais no Natal como nosso carro chefe, estamos apostando em grande movimento à partir do dia 18, a última semana antes do Natal”, completa.