
Cães e gatos para muitos são mais do que animais de estimação. Na verdade, ganham status de membros da família. Para atender e garantir o bem-estar animal muitas frentes têm se formado, por meio de ONGs (organizações não governamentais), ou até no setor público, quando ações são propostas por vereadores ou prefeitos. No ABC, o tema ganha espaço a cada ano. Em Ribeirão Pires, recentemente duas pautas foram aprovadas pela Câmara e aguardam sanção do prefeito.
A vereadora Amanda Nabeshima (PTB) apresentou matéria que visa proibir a comercialização de inibidores do estro (anti-cio) em fêmeas das espécies caninas e felinas. De acordo com a parlamentar, o uso indiscriminado destes medicamentos tem sido uma prática cada vez mais recorrente em tutores de cães e gatos domésticos. “Isso para evitar gestações indesejadas ou para que não haja cio. Com isso, causar exposição desses animais a elevadas doses de hormônios e, consequentemente, aumentar a chance de desenvolvimento de câncer e do nascimento de filhotes com sérias deformações”, afirma.
Ainda de acordo com a vereadora, estudos afirmam que o uso regular da vacina anti-cio leva a problemas como a Piometra, infecção do útero que pode levar à morte entre outros problemas de saúde aos pets.

Outra pauta da causa animal também foi recentemente apresentada em Ribeirão Pires. O vereador Edmar Donizete (PSD) propôs e teve aprovada a lei que autoriza clínicas veterinárias e médicos veterinários a incluírem nos serviços oferecidos teleconsulta, telemonitoramento, teletriagem, teleorientação, teleinterconsulta e telediagnóstico.
O autor da proposta justifica o projeto ao afirmar que, como Conselho Federal de Medicina Veterinária já prevê tais modalidades, regulamentar o serviço no município trará maior segurança jurídica, além de oferecer uma ferramenta ágil e eficaz ao segmento pet.
Outros exemplos
As iniciativas no setor estão em quase todas os municípios do ABC. Em Santo André, a vereadora Ana Veterinária (União Brasil) tem atuado para melhorar o convívio entre pets e humanos. Entre outras iniciativas, teve lei aprovada denominada “Pet Friendly”, que autoriza, mas não obriga, estabelecimentos aceitarem cães e gatos nas dependências.
Em São Caetano, Ubiratan Figueiredo, vereador e presidente da ONG Cidadania Animal, também milita na causa animal. Entre as últimas proposituras, está a criação de um sistema colaborativo de câmeras para ajudar a encontrar animais perdidos. De acordo com o parlamentar, São Caetano conta com mais de 300 câmeras de videomonitoramento que poderiam ajudar os tutores. “É uma ajuda de simples implementação, visto que a estrutura e o recurso pessoal já são disponibilizados”, afirma.
Em linhas gerais, a propositura visa a colaboração de toda a sociedade. Se alguém localizar um cão, por exemplo, próximo a um ponto de monitoramento, com os recursos tecnológicos é possível traçar o caminha do tomado do animal.
Unidades especiais
Demanda antiga de tutores de animais, algumas cidades já estão com projetos avançados no quesito causa animal. Em São Caetano, a USCS, em parceria com a Prefeitura, deve entregar em meados de 2023 o primeiro hospital veterinário municipal. A ideia é atender a população em consultas, exames, procedimentos cirúrgicos e outros, além de ser laboratório para estudos e pesquisas de alunos da universidade. Além disso, a cidade também prevê a criação de unidade básica de saúde animal.
Em Santo André, há projeto de construção também de um hospital veterinário público dentro do Parque Central. A unidade também atenderá a comunidade andreense de forma gratuita.