
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente como derrame cerebral, é uma das principais causas de morte, incapacitação e internações em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença está atrás apenas do infarto agudo do miocárdio, com aproximadamente 5,7 milhões de casos por ano, o que caracteriza 10% de todos os óbitos.
Mas, é importante saber diferenciar os tipos de AVC. O AVC Hemorrágico, por exemplo, ocorre quando uma artéria cerebral se rompe e falta sangue nos neurônios. Na grande maioria das vezes é provocado pela pressão arterial alta e descontrolada. O AVC Isquêmico é causado em 85% dos casos, e ocorre quando há obstrução, ou seja, entupimento de vasos cerebrais pelo acúmulo de placas de gordura no interior das artérias, como nas pernas, coração e do cérebro.
Já o AIT (Ataque Isquêmico Transitório), que é popularmente chamado de “mini AVC”, é subtipo do AVC isquêmico, com alterações cerebrais temporárias que não ultrapassam de 24 horas.
Causas
De acordo com Carlos Eduardo Varela Jardim, Membro da Diretoria da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular Regional São Paulo (SBACV-SP), o AVC isquêmico e o AIT possuem variações semelhantes, por tratar-se de um bloqueio sanguíneo cerebral que, em geral, ocorre mais em pessoas idosas com algum tipo de comorbidade. “Esses fatores facilitam no que chamamos de aterosclerose (acúmulo de gordura e cálcio no interior das artérias), ou seja, pessoas com hipertensão arterial, diabetes, alteração no colesterol, sedentarismo e tabagismo”, ressalta.
Já o AVC Hemorrágico é mais comum surgir em pessoas com pressão arterial descontrolada e, principalmente, nos portadores de aneurismas cerebrais, e acontece quando há uma fraqueza na parede do vaso sanguíneo, que se dilata, semelhante a uma bexiga.
Sintomas
Existem casos leves e graves da doença, porém depende da área do cérebro atingida. Em geral, as ocorrências são: perda da força em um dos lados do corpo, sorriso assimétrico, alteração na visão, desmaio, forte dores de cabeça e alteração ou perda motora.
Tratamento
O angiologista afirma que quem já teve um AIT tem até 15% de chance de sofrer novamente, ou de sofrer de um novo AVC dentro de seis meses, e alerta da importância da detecção precoce da doença. “É possível monitorar constantemente o AVC para identificar cedo a anomalia. Com isso, o paciente tem menos chance de adquirir uma sequela grave”, explica o especialista.
No caso do AVC isquêmico, é aplicado medicamentos específicos para dissolver os coágulos de sangue na artéria. Outra opção é utilizar um cateter para injetar substâncias e liberar o fluxo de sangue na artéria.
Já no caso do rompimento do vaso cerebral, ou seja, o AVC hemorrágico, o paciente é levado para uma clínica de terapia intensiva para controlar a pressão arterial. Em ocorrências leves, o médico controla clinicamente o paciente, e o próprio cérebro absorve o sangue extravasado.
Em casos graves, onde o sangramento é de grande extensão, é necessário intervenção cirúrgica para uma abertura na calota craneana e drenagem do sangue.
Prevenção
Para evitar a doença, o médico orienta: “O ideal é adotar bons hábitos de saúde, como: atividade física regular, alimentação adequada e controlar doenças de risco junto da ajuda de um profissional”.