
Crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista) e outras deficiências intelectuais são atendidas no ABC pelas em escolas dos municípios ou especiais. O número, não consolidado, leva em consideração alguns aspectos. Santo André por exemplo, incluiu na lista outros estudantes com deficiências não-intelectuais.
Este público específico deve ser atendido pelo serviço público sem distinção. Para isso, muitos são encaminhados para escolas regulares em projetos de inclusão.
O assunto inclusão ainda é novo e engatinha nos serviços educacionais. A proposta é a de atender a diversidade para tornar a sociedade mais justa, e ensinar as crianças a lidar com o diferente, na visão de Mirian Martins de Oliveira, professora-mestre em Educação Inclusiva, Educação Especial e Libras (Linguagem Brasileira de Sinais) da USCS (Universidade de São Caetano do Sul).
Para Mirian, dizer que as escolas estão preparadas é um pouco forte. “Quando a inclusão começou nas escolas não tinha preparo nenhum, a aos poucos as adaptações foram acontecendo. E também existem leis que embasam a inclusão para que ocorram com qualidade”, afirma.
Na opinião de Mirian, o foco do educador em um cenário de educador vai além do pedagógico. Há uma dificuldade maior se olhar o tema e forma ampla e não apenas o recorte do TEA ou outras deficiências intelectuais. “Os alunos com TEA precisam uma atenção especial para que o professor consiga levantar o interesse, e fazer isso em uma sala com muitos alunos é dificultoso, pois dentro deste grupo já existem outras diferenças entre os estudantes, como questões sociais, afetivas ou até mesmo nutricionais”, ressalta.
Mais de 800 com TEA
Em São Bernardo, a rede municipal possui em torno de 800 alunos matriculados com TEA e diz que mantém ações formativas periódicas relacionadas ao tema, além de equipes capacitadas e material didático adequado com suporte necessário ao atendimento dos estudantes. É o caso de atendimento especializado no contraturno escolar com professores especialistas, além de equipe multidisciplinar, com fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, psicólogo, assistente social e fonoaudiólogo, que acompanha o desenvolvimento dos alunos.
Além disso, há atendimento individualizado e com acompanhamento de equipe especializada, além de cuidadores que apoiam individualmente até três crianças, conforme orientação da equipe técnica.
A rede municipal de São Caetano atende 640 crianças na educação especial. São, no momento, 445 estudantes com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Para atender estes e os demais atendidos pela educação especial, conta com 46 professores especializados, 18 salas de recurso multifuncional e 200 cuidadores.
Atendidos na escola regular
As escolas de Ribeirão Pires acolhem em torno de 230 alunos que apresentam o diagnóstico de TEA e/ou deficiência intelectual. Toda a demanda de alunos é atendida em escolas regulares. Para isso, a Secretaria de Educação diz que conta com pessoal para suporte e orientações das equipes gestoras, professores e familiares, bem como a viabilização de auxiliares de sala, atendimento nas salas de recursos, formações mensais para os profissionais.
Ainda em Ribeirão Pires, é ofertado também para as famílias o Projeto Acolher Quem Cuida, que foi idealizado e é executado junto com APSE (Projeto de Apoio Psicossocial Escolar).
Em Santo André, segundo dados de outubro, 1.670 alunos com deficiência estavam matriculados na rede municipal de ensino, entre TEA, Síndrome de Asperger, deficiência intelectual, deficiência física (mobilidade reduzida, cadeirante etc.), deficiência intelectual ou deficiência física associada a uma deficiência sensorial (auditiva ou visual) e deficiência intelectual ou deficiência física associada a uma deficiência sensorial (auditiva ou visual).
Para atender a este público a rede municipal de ensino conta com 28 salas de recursos multifuncionais, sala de recursos polo deficiência visual e duas salas de recursos polo bilingue. O trabalho é realizado junto aos estudantes com deficiência, regularmente matriculados na rede municipal com deficiência por meio do professor assessor de educação inclusiva. A rede atua com a educação infantil, ensino fundamental e educação de jovens e adultos (EJA) e a educação especial.
Mesmas condições de aprendizagem
Em Diadema, atualmente cerca de 450 estudantes estão na rede municipal, entre diagnóstico ou hipótese diagnóstica, com TEA. Os estudantes com deficiência ou hipótese de deficiência ou transtornos recebem as mesmas condições de aprendizagem e desenvolvimento, além de participarem de forma integral em todas as atividades da rotina escolar. Para aqueles que necessitam de maior suporte, são oferecidos o profissional de apoio, além do serviço da educação especial na perspectiva inclusiva, com professor especialista e sala de recursos no atendimento educacional especializado, de forma transversal.
O acompanhamento pedagógico da rede, em Diadema, é feito pela equipe de formação da Secretaria de Educação, os estudantes público-alvo da educação especial recebem também o acompanhamento da Coordenação da Educação Inclusiva e também do CAIS – Centro de Atenção à Inclusão Social. As atividades são planejadas dentro do currículo escolar. Cerca de 1,2 mil estudantes são avaliados como público-alvo da educação especial. Ao todo, 72 professores da educação básica especial atum na rede.