
A votação para escolha dos membros da mesa-diretora, da Câmara de São Bernardo, nesta quarta-feira (14/12), transcorreu dentro do esperado. Um nome alinhado ao governo Orlando Morando (PSDB) para comandar a Casa no biênio 2023/2024 venceu, no entanto, a surpresa ficou por conta do voto de Julinho Fuzari (PSC). O parlamentar seguiu na contramão do grupo governista e votou em Fran Silva (PSD), nome aventado antes da eleição para presidir o grupo, sob a articulação de Marcelo Lima (Solidariedade), vice-prefeito e deputado federal eleito.
Fran, por sua vez, votou no colega Danilo Lima (PSDB), vencedor do pleito interno.
O líder do governo Ivan Silva (PP) não entendeu a postura do colega Julinho na hora da votação. “Causou estranheza, não só para a minha pessoa, mas para outros colegas. Não tive a oportunidade, ainda, de perguntar para ele o motivo, já que existia um entendimento da base”, disse Ivan Silva.
Em declaração exclusiva ao Repórter Diário, Julinho explicou. “Votei em quem pediu voto para mim, o único que me pediu voto foi o Fran, eu nem sabia da candidatura do Danilo, nós nunca falamos a respeito, nunca me disse que seria candidato e eu nem sabia que o Fran não era mais candidato”, afirmou.
Danilo fez mea-culpa ao ser questionado sobre a atitude de Fuzari. “Fiquei surpreso. Após a votação ele veio conversar comigo e justificar. Não tem problema, o voto é livre e não faço diferença de ninguém, o respeito será igual. Conversei com ele (Fuzari) em outros momentos de forma geral, hoje (quarta-feira 14/12) não falei com ele sobre o assunto. Ele tem direito de voto, é livre e eu o respeito”, ressaltou.
Atitude
Mais cedo, Julinho Fuzari fez uso da tribuna e, em tom exaltado, fez questionamentos sobre a venda do terreno onde hoje está instalada a Secretaria de Educação. A atitude, claro, chamou a atenção tendo em vista que o parlamentar, uma vez integrante da base governista, poderia agir de tal forma.
No gabinete, Julinho Fuzari explicou o motivo da exaltação. “Eu sempre fui aberto ao diálogo. Aquilo que tiver que ser cobrado, eu vou cobrar, se houver diálogo, cobro de forma administrativa, vou até o Executivo, ao secretário, agora se existir algum impedimento a cobrança se torna pública”, comentou o parlamentar.