
Quem vai sair de férias e pensa pegar a estrada tem de se precaver, pois a viagem de carro ficou mais cara a partir desta sexta-feira (16/12) ao passar pelos pedágios no Estado. O reajuste autorizado pela Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo) estava previsto para julho, mas acabou adiado pelo governador Rodrigo Garcia (PSDB) pressionado pela inflação daquele período. Para o Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), o aumento no custo do frete vai acabar repassado no preço dos produtos.
O aumento tem dois percentuais de reajuste, 10,72% e 11,73%, conforme o contrato de concessão de cada rodovia. Algumas concessões tiveram reajuste pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), caso das concessionárias Tebe, Intervias, Triângulo do Sol, Renovias e Colinas; e outras reajustadas pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo) como as rodovias Autoban, Rota da Bandeiras, ViaOeste, Cart, SPVias , Via Rondon, Rodovias do Tietê, Ecovias, Ecopistas, Rodoanel Oeste, Sul e Leste.
O pedágio mais caro do Estado está no acesso da região metropolitana ao litoral pelas rodovias Anchieta e Imigrantes, operadas pela concessionária Ecovias. O pedágio passou de R$ 30,20 para R$ 33,80, pelas duas vias. A Imigrantes também tem cobrança em três saídas, sendo duas em Diadema, no quilômetro 16, que passou de R$ 2,20 para R$ 2,40 e no 20, onde a tarifa passou de R$ 4,20 para R$ 4,80. A outra saída fica no bairro Batistini, em São Bernardo, onde a tarifa subiu de R$ 6,80 para R$ 7,60. No Rodoanel Mário Covas, a tarifa ficou em R$ 2,80 no trecho Oeste, R$ 4,30 no trecho Sul, e R$ 3,30 no Leste.
Consumidor paga a conta
O efeito maior do aumento dos pedágios estará em breve nos preços de praticamente todos os produtos que dependem do transporte rodoviário para chegar ao consumidor. Para o vice-presidente do Setcesp (Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região), Marcelo Rodrigues, o preço do frete, que já inclui o valor do pedágio, acabará sendo repassado. “O repasse desse aumento vai acontecer no setor porque pelo contrato o contratante paga o pedágio antecipadamente. O setor vai demorar um pouco para ajustar os contratos, ainda mais neste mês que tem os recessos das empresas, acredito que em meados de janeiro os contratos já estejam ajustados, mas até lá as transportadoras vão absorver essa diferença. Já o contratante do frete deve repassar isso para o custo do produto, ou seja, quem vai pagar por esse reajuste do pedágio vai ser o consumidor”, analisa.
Segundo Rodrigues, o setor de transporte foi surpreendido pelo reajuste neste período. “Logo agora que começamos a recuperação dos feriados e da Copa do Mundo, isso vai tirar um pouco a margem, já que o repasse não é imediato”, diz. Apesar do custo maior, o vice-presidente do Setcesp considera que o pedágio tem contribuído para a qualidade e segurança das rodovias. “Das 10 melhores rodovias do País, nove são paulistas, essa melhoria a gente vê acontecendo, mas gostaríamos que as tarifas fossem revistas, pois elas têm um impacto gigantesco no setor”, comenta.
Free flow
Uma das formas mais justas de cobrança de pedágio foi regulamentada nesta semana pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito), que é o pedágio no formato free flow, a cobrança pelo quilômetro rodado, sem as praças de pedágio existentes atualmente. A cobrança seria feita por leitura de placas ou tags. O vice-presidente do Setcesp elogiou a medida e acredita que ela vai contribuir para tarifas menores. “Ele vai aumentar a base de pagantes e automaticamente vai diminuir a tarifa de quem paga muito. Hoje o setor é muito impactado, por exemplo, entre Rio de Janeiro e São Paulo, mas o motorista que trafega pela Dutra entre São Paulo e Guarulhos, por exemplo, não paga nada para usar, então com a cobrança da entrada e na saída, a cobrança será mais justa. Se rodar só dois quilômetros na rodovia, vai pagar alguns centavos pelo uso, mas vai pagar”, completa Marcelo Rodrigues.
Veja abaixo os valores dos pedágios nas rodovias paulistas:
Praça de Pedágio Veículo de passeio ou comercial por eixo
Anhanguera
Perus R$ 11,80
Valinhos R$ 11,70
Nova Odessa R$ 10,40
Limeira R$ 7,80
Anchieta
Riacho Grande R$ 33,80
Ayrton Senna
Itaquaquecetuba R$ 4,70
Guararema: R$ 4,50
Bandeirantes
Caieiras R$ 11,80
Campo Limpo R$ 11,80
Itupeva R$ 11,70
Sumaré 10,40
Limeira 7,80
Carvalho Pinto
São José dos Campos R$ 4,40
Caçapava: R$ 4,50
Castelo Branco
Osasco R$ 5,40
Barueri R$ 5,40
Itapevi R$ 10,80
Itu R$ 14,60
Castelinho
Sorocaba R$ 8,20
Cônego Domênico Rangoni
Santos R$ 15,80
Dom Pedro I
Louveira R$ 2,30
Igaratá R$ 11,70
Itatiba R$ 13,50
Atibaia R$ 9,30
Imigrantes
Piratininga (entre a Capital e o Litoral) R$ 33,80
Diadema R$ 2,40
Eldorado R$ 4,80
Batistini R$ 7,60
Padre Manoel da Nóbrega
São Vicente R$ 9,20
Raposo Tavares
São Roque R$ 11,60
Alumínio R$ 11,60
Araçoiaba da Serra R$ 4,90
Tamoios
Jambeiro R$ 4,90
Paraibuna R$ 10,70