
Desde novembro as cidades do ABC, como em todo o Estado, já vacina crianças de seis meses a dois anos de idade contra a covid-19. Prioritariamente, são vacinadas aquelas com algum tipo de comorbidade, porém o comparecimento dos pais para vacinar os filhos nos postos de vacinação é muito pequeno.
Em Rio Grande da Serra, apenas uma criança foi vacinada em um mês e meio de campanha. Em outras cidades, para não perder as doses dos frascos já abertos, já que cada frasco tem 10 doses, as prefeituras aplicam as vacinas em crianças sem comorbidades, cujos pais deixam nomes em listas, a chamada xepa da vacina.
Rio Grande da Serra começou a vacinar as crianças menores de dois anos em 25 de novembro. Um mês e meio depois apenas uma criança recebeu a imunização na cidade. O município informou, em nota enviada ao RD, que não tem levantamento do número total de crianças nesta faixa etária com comorbidades. “Quando aberto um frasco do imunizante, obrigatoriamente temos de ministrar 10 vacinas; do contrário, as doses são perdidas. Completamos 10 agendas nesta semana, sendo certo que os pais serão convocados para trazer seus filhos. A adesão tem sido muito baixa, tanto que até o momento somente vacinamos uma criança. Ressaltamos a importância da imunização para os bebês conforme pré-estabelecido no calendário nacional de vacinação. Orientamos aos pais e responsáveis que procurem a Unidade Básica de Saúde mais próxima da residência para efetuar o agendamento”, informa a Prefeitura.
Ribeirão Pires adotou a xepa também para evitar desperdiçar doses. Na cidade o público-alvo estimado de crianças nesta faixa etária e com comorbidades é de 160 crianças. Na cidade 86 crianças já tomaram a primeira dose e 31 tomaram a segunda também. 74 crianças da cidade estariam aptas a tomarem a primeira dose, mas os pais ainda não as levaram aos postos e outras 55 estão pendentes com a segunda dose.
Falta
Algumas cidades se queixam da falta de imunizantes para ampliar a campanha para toda a faixa de idade, mesmo com a baixa procura, casos de São Caetano, Diadema e Santo André, que aguardam a chegada de novas grades da Pfizer Baby, desde dezembro.
São Caetano começou a vacinar as crianças de seis meses a dois anos, com comorbidades, em 16 de novembro. Ao todo, contando também as que não têm comorbidades, a cidade tem cerca de 4,5 mil crianças nesta faixa de idade. Segundo a Prefeitura, foram vacinadas 80 crianças com a primeira dose e 68 com a segunda dose. “Fizemos uma lista de crianças sem comorbidades, que foram convocadas a partir de faltas ou cancelamento de crianças agendadas para que não houvesse desperdício de doses. Aguardamos a chegada de novas grades para ampliar a vacinação nessa faixa etária”, diz.
Em Diadema, a vacinação para este público começou em 17 de novembro. Ao todo, contando os que têm e não têm comorbidades, a cidade estima ter 18.763 crianças nesta faixa etária. Até 28 de dezembro foram vacinadas 364 crianças. A prefeitura diz em nota que a campanha não foi ampliada por falta de doses. “A cobertura só não foi ampliada porque o governo federal, até dezembro de 2022, não havia enviado doses para ampliação da campanha. O município aguarda novas doses. Assim como é feito nas demais faixas etárias, as UBSs realizam a busca ativa das crianças que estão aptas e ainda não iniciaram o esquema vacinal. As crianças sem comorbidades são inseridas na lista de espera e são chamadas quando há dose disponível e para evitar desperdício”.
Santo André recebeu 960 doses do imunizante Pfizer Baby para vacinar crianças com comorbidades com a primeira, segunda e terceira doses da vacina. Segundo a Prefeitura, até esta segunda-feira (9/01), 134 crianças foram vacinadas com a primeira dose e 29 crianças foram vacinadas com a segunda dose desde o dia 21 de novembro, quando a cidade começou a vacinar. “O governo do Estado deu autonomia aos gestores para abertura da vacinação do imunizante Pfizer Baby ao grupo sem comorbidades, contudo sem previsão de entrega de mais doses pelo Ministério da Saúde. Por este motivo, neste momento o município tem realizado a vacinação apenas das crianças com comorbidades e tem feito ações de busca ativa, para contemplar o maior número possível de munícipes que fazem parte deste público. Responsáveis pelas crianças que fazem parte desse grupo poderão apresentar qualquer comprovante que demonstre que a mesma pertença a um destes grupos de risco (exames, receitas, relatório médico, prescrição médica etc), desde que conste o CRM do médico (a). É importante levar algum documento que identifique a criança, como RG, Certidão de Nascimento, CPF ou Cartão do SUS, além do cartão vacinal da criança”, diz.
São Bernardo começou a vacinar os bebês em 17 de novembro, uma semana depois foi aberto o cadastro para aplicação das doses remanescentes da população sem comorbidades nesta faixa etária. “Para o aumento da cobertura vacinal, a rede de Atenção Básica faz busca ativa por meio das visitas domiciliares dos Agentes Comunitários de Saúde e utiliza os canais oficiais de divulgação de todas as campanhas do Plano Nacional de Imunização, com adesão aos dias D de vacinação e acompanhamento mensal dos sistemas de imunização. Além disso, é obrigatória a apresentação da carteira de vacinação atualizada para realização da matrícula dos alunos nas escolas municipais”, explicou a prefeitura. A cidade não informou o total de crianças desta faixa etária, alvo da vacinação, mas informa que 978 já tomaram a primeira dose, o que corresponde a 5% do total. Apenas uma criança da cidade já tomou a primeira e a segunda doses do imunizante.
Em Mauá, as 23 UBSs (unidades básicas de saúde) abriram a campanha de vacinação para crianças de seis meses a dois anos de idade em 14 de novembro. No período 275 doses foram ministradas sendo 83 segundas doses. A prefeitura está indo atrás das crianças aptas à vacinação. “A Prefeitura de Mauá mantém suas redes sociais ativas, assim como o site, com todas as informações necessárias da campanha de vacinação contra a covid. Nos bairros, os agentes de comunitários de saúde realizam visitas para conscientizar a população. O Programa de Saúde na Escola é feito pelas unidades de saúde. Por meio dele, os profissionais vão até a escola e fazem a triagem da caderneta de vacina e fornecem a orientação necessária para cada caso”, justifica.