
Com origem italiana, a bocha surgiu no Império Romano, por volta de 68 anos d.C, praticado por nobres e governantes. No Brasil, o primeiro campeonato ocorreu em 1964, em São Paulo. O objetivo é aproximar a bola do jogador para o bolim (uma bola pequena). A equipe tem quatro “bochas”, e o participante precisa atingir e/ou chegar perto do bolim para afastar a bocha do adversário.
Ganham aqueles jogadores que tiverem mais bolas perto da bola branca (o bolim). As partidas geralmente acabam com 15 ou 18 pontos.
No ABC, diversas equipes disputam bocha, entre elas: a equipe São José (São Caetano), a Príncipe de Gales, Jardim Utinga e Pinheirinho (Santo André). Em geral, o jogo é dividido em três modalidades, sendo: mundial, rafa e bolão.
Genivaldo Souza, organizador do torneio de bocha no ABC, conta a diferença entre as modalidades. “A rafa é o jogada com oito bochas, quatro de uma cor e quatro de outra para os adversários. As linhas e limites de faixas são diferentes entre as categorias. O campeonato é formado com 10 ou 12 equipes e joga uma equipe contra o outra. “Tem muitos idosos que estão jogando em várias categorias, é bem divertido, nunca vi discussão, é só amizade”, diz Genivaldo.
Roger Alvarenga Santullo, 43, servidor público, jogador de bocha, explica que a modalidade esportiva o ajudou a encontrar uma atividade física. “Tenho paralisia cerebral desde que nasci, mas sempre fui um cara apaixonado por esporte, sempre gostei muito de assistir e nunca tinha encontrado um para praticar. Através de amigo descobri a bocha, descobri que ela foi criada para pessoas com paralisia cerebral e gostei muito, e desde então pratico, faz quatro anos”, conta.
Alvarenga comenta as características do jogo e relata que a bocha oferece inclusão para todas as pessoas. “É um jogo de muita estratégia, raciocínio e precisão. O jogo estimula as pessoas com deficiência, é um dos esportes mais democráticos, pois até cadeirantes em nível severo podem participar. Essa inclusão encanta na bocha, ela dá acesso para várias pessoas e é o que me encanta nesse esporte”, explica.
Roger ainda relembra que conseguiu realizar o seu sonho com a bocha. “A bocha é um esporte paraolímpico, em alto nível, competitivo, e é algo que sempre busquei. Conheci outras pessoas e atletas praticando o esporte, participei do mundial, mas foi mais um convívio social que tive dentro da minha vida, foi muito positivo”, avalia.
Wendell Faiam, 45, metalúrgico, jogador de bocha, conta que ele e o irmão aprenderam bocha com o pai, principal motivador para que ele praticasse o esporte. “Começamos no Club Califórnia, e é um esporte que desde sempre te faz criar muitos amigos. É até um lema do jogo: todo mundo se conhece, é um respeito grande, além da rivalidade e a vontade de ser campeão”, diz.
O metalúrgico ainda relata que a bocha motiva ele e que o ambiente do jogo é extremamente saudável. “Muito antigamente apenas os idosos jogavam, e hoje ela está se renovando, porém esse esporte falta incentivo e divulgação, ele é mostrado mais em jogos regionais e abertos do interior, e é onde chama a atenção”, completa.
No dia 21 de janeiro, às 15h, acontece uma reunião na Associação Amigos de Vila Nogueira, em Diadema, onde será discutida toda programação de torneios de bocha e horários dos jogos para 2023.