
Com a alta dos preços de alimentos básicos, como feijão, arroz, carnes e vegetais, as famílias têm buscado alternativas para economizar na compra e ter uma alimentação mais completa. Em 2022, cada ida ao supermercado foi uma verdadeira rotina de lamentações por conta dos preços. A cesta básica no ano, segundo a Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), custou R$ 1.088,38, montante quase 18% superior a 2021.
Lhiuba Biude, dona de casa e moradora de São Caetano, conta que para driblar a alta dos preços e garantir refeições equilibradas para ela, o esposo e a filha, buscou alternativas mais acessíveis. “Toquei a carne bovina por porco ou frango”, diz. Lhiuba antes optava por cortes mais nobres, como baby beef, peixinho e filé mignon. Hoje a saída são as carnes de segunda, como acém ou paleta.
Outras alternativas alimentares são colocadas na ponta do lápis, para tentar economizar um pouco nas compras. A administradora de empresas, Raquel Funchal, moradora de Santo André, conta que fez algumas adaptações. “Diminuímos a quantidade de litros de leite e, em alguma dias da semana, compramos marmitas com o vale-refeição do meu marido, pois custam entre R$ 20 e R$ 22 e servem duas pessoas”, afirma.
Para outros, a opção tem sido comer fora de casa ou encomendar a alimentação. O servidor público estadual, Cláudio Strajac, morador de São Bernardo, mas que trabalha no Centro de São Paulo, diz que na Capital as refeições são um pouco mais caras do que no ABC. Mas mesmo quando está casa com o pai, prefere encomendar a alimentação. “Antes eu pedia tudo por aplicativo, mas hoje prefiro buscar na padaria ou algum restaurante perto de casa”, diz.
No geral, as famílias, quando não há opção da substituição de um produto por outro com propriedades nutricionais ou sabores semelhantes, a opção é economizar na quantidade. A cebola é um exemplo dessa prática. Kelly Cristina, feirante em São Caetano, afirma que a maioria dos fregueses leva cebola para temperar arroz, feijão e carnes, mas como preço “explodiu ao saltar de R$ 5 ou R$ 6 o quilo para R$ 14 até dias antes do Natal elas passaram a levar metade do já acostumado”, afirma.
Cesta básica
Fabio Vezzá de Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), afirma 2022 foi um ano difícil, mas o menos impactado na série 2020, 2021 e 2022, pela questão pandemia.
No no passado, o preço da cesta básica foi diretamente impactado pela alta nos preços dos combustíveis. “Essa elevação impacta na vida dos mais podres”, diz.
Entre os produtos que mais sofreram aumentos em 2022 na comparação com o ano anterior foram o feijão (9,64%), frango (21,71%), carne de 2° (7,69%), a carne de primeira (9,50%), a batata sofreu variação de 47,36% e o leite (37,86).
Uma dica do engenheiro agrônomo é diversificar os ingredientes. “A carne suína é uma alternativa interessante do ponto de vista econômico. Com as hortaliças, há bastante opções interessantes, leves e saudáveis, como o repolho, a acelga e a escarola, que são verduras mais baratas”, ensina.