
Houve uma manifestação na última quinta-feira (26), em Diadema, de motoboys que reivindicavam seus direitos trabalhistas do aplicativo de entregas iFood. Segundo os entregadores, a categoria é desvalorizada, os motoboys trabalham 12 horas/dia, sem seguro de vida, e há um número alto de pedidos, mas apenas ganham apenas por um, além do baixo valor de entrega repassado, que atualmente está em torno de R$ 6,50.
Um dos únicos e principais benefícios oferecidos aos trabalhadores, as promoções do app, também foram cortadas, e agora os motoboys trabalham em três entregas para conseguir ao menos ganhar o valor por uma.
Sem acordo até o momento com a empresa, os motoqueiros dizem que uma nova greve pode acontecer neste domingo (29/01), caso o iFood não aceite as novas condições trabalhistas.
O motoboy, Mauro Santos, 47, explica que o trabalho como entregador de aplicativo é hostil e que o iFood não valoriza os profissionais. “Quando entram em contato, chamam a gente de empresa parceira, porém essa parceria não existe, não temos sequer seguro de vida”, relata. No período que atua na empresa, Santos diz já ter tido duas motos roubadas, e a empresa sequer efetuou o ressarcimento. “Não temos direitos básicos trabalhistas, como férias, décimo terceiro e carteira assinada. Nós somos descartáveis para a empresa, isso sem contar das vezes que bloqueiam nossa conta”, desabafa.
Santos ainda comenta sobre os riscos da profissão de entregador e a falta de suporte do aplicativo. “Nossa saúde e vida estão em risco, a coluna começa a dar problema em razão do tempo que ficamos na moto e não temos sequer hora de almoço, porque quanto mais entregas são feitas, mais ganhamos e não há quem cubra este preço no horário”, explica.
O motoboy ressalta a importância do seguro de vida para quem trabalha com o aplicativo de entregas. “Trabalhamos na rua, então o risco é constante. Eu mesmo já caí da moto e quebrei a clavícula, então seria fundamental ter o seguro de vida”, diz.
Posicionamento do iFood
Em nota, o iFood diz respeitar o direito à manifestação e à livre expressão dos entregadores e entregadoras, e que desde 2020 trabalha na construção de espaços recorrentes e permanentes de escuta e melhoria constante. Como parte deste trabalho, adequa-se às práticas do aplicativo.
A empresa ressalta que os ganhos em três oportunidades, aumentam a eficiência da plataforma e processos da empresa, mantendo sempre o foco no entregador.