
Com os avanços tecnológicos incentivados pela pandemia da covid-19, o número de golpes financeiros no Brasil teve aumento impressionante e, até junho de 2022, houveram mais de cinco milhões de tentativas de golpes e fraudes financeiras, segundo dados da empresa Psafe. Por isso, se tornou cada vez mais essencial se atentar aos riscos e descobrir novas maneiras de driblar prejuízos.
Ao RD, o advogado e coordenador do Procon Consórcio ABC, Victor Paulo Ramuno, explica que os golpes podem ser realizados de diversas maneiras, mas a mais comum é a busca pelos dados do consumidor, para fazer a captação de recursos sem a autorização da pessoa.
“Para fugir dos golpes, é necessário comprar em estabelecimentos que tenham endereço fixo, telefone para receber reclamações e fazer pix para um CNPJ cadastrado corretamente. Além disso, o método para o consumidor se proteger é a prevenção, além de comprar em locais cadastrados, verificar se a empresa e/ou pessoa, tem alguma reclamação sobre golpes, em site como o reclame aqui”, afirma.
Os golpes via PIX se tornaram os mais comuns com a popularização e facilidade das transações. Estes são alguns dos principais golpes que estão sendo realizados utilizando o PIX:
Falsos funcionários: No golpe do falso funcionário de instituição financeira, a vítima recebe contato passando por funcionário do banco ou empresa financeira oferecendo ajuda para cadastro da chave PIX, ou afirmando a necessidade de realizar algum teste, induzindo à realização de transferência bancária que será feita, na realidade, para a conta do golpista.
Falso sequestro: Essa já é bastante conhecida, mas tudo se tornou mais fácil com o PIX. A pessoa entra em contato com a vítima, afirmando que sequestrou alguém da família e fala que tem um valor a ser pago. A golpista aproveita o desespero da pessoa, e até imita a voz de um familiar, para induzir a realização da transferência.
Golpe do Bug: Esse golpe aproveita da má-fé da vítima, pois espalha em redes sociais (vídeos ou mensagens de WhatsApp, por exemplo), informações de que o PIX está com alguma falha em seu funcionamento (chamado “bug”) e é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. Contudo, ao tentar tirar proveito dessa ação, a vítima enviará dinheiro para golpistas.
Phishing: Os ataques de phishing são muito comuns e usam mensagens que aparentam ser reais para que o indivíduo forneça informações confidenciais, como senhas e números de cartões. Por isso, muito cuidado com qualquer mensagem que receber por e-mail ou por redes sociais, principalmente, as que possuem links suspeitos ou que pedem dados pessoais.
Clonagem de WhatsApp: Outro golpe que vem crescendo com o PIX é o da clonagem do WhatsApp. Neste, os golpistas elaboram uma mensagem no WhatsApp informando falsamente que são de empresas com as quais as vítimas têm relacionamentos ou cadastros ativos. A partir disso, é solicitado o código de segurança, enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro. De posse desse código, é replicada a conta de WhatsApp em outro celular. Com isso, os criminosos enviam mensagens para os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela e pedindo dinheiro emprestado por transferência via PIX.
Engenharia Social no WhatsApp: No golpe de engenharia social com WhatsApp, o criminoso escolhe uma vítima, pega sua foto em redes sociais, e, de alguma forma, consegue descobrir números de celulares de contatos da pessoa. Com um novo número de celular, envia mensagens para contatos, informando que teve de trocar de número devido a algum problema. Assim, aproveita e pede uma transferência via PIX, dizendo estar em alguma emergência.
O que fazer se sofrer um golpe?
Após sofrer um golpe, duas atitudes devem ser tomadas de imediato, de acordo com o Procon de Santo André: entrar em contato com o banco e fazer o boletim de ocorrência. Também é orientado salvar prints, conversas, áudios, comprovantes de transferências e e-mails para conter provas do crime e entrar em contato com o Procon da região para tentar resolver a situação.
Caso o problema não seja resolvido após seguir estes passos, a indicação é buscar a ajuda de um advogado para analisar a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra o órgão e/ou pessoa que realizou a fraude.