
Há um ano a família da pequena Lorena Machado de Barros, de apenas cinco anos de idade, não imaginava o que estaria passando hoje. Em junho de 2022 um tumor cerebral muito agressivo foi descoberto na criança e seu estado de saúde vem piorando muito rapidamente, principalmente os últimos dois meses. Desde a descoberta do problema iniciou-se uma luta por exames, diagnósticos mais precisos e a conclusão pela cirurgia. Idas e vindas com o convênio médico Santa Helena e também a busca por outra opinião no Itaci (Instituto de Tratamento do Câncer Infantil), ligado ao Hospital das Clínicas de São Paulo, fizeram parte da rotina e alvo das expectativas de cura, mas após o questionamento feito pelo RD, tanto o convênio como o SUS disponibilizaram datas para a cirurgia de Lorena.
Gislene Machado Gomes, mãe de Lorena, contou que buscou o Itaci porque o local é referência no tratamento deste tipo de tumor, obteve a informação de que a cirurgia deveria ser feita pelo nariz, onde obteria melhor resultado. Já no Santa Helena a opinião do neurologista era a de fazer a cirurgia com a abertura do crânio. “No Itaci, o médico me passou mais segurança, apesar de que o Santa Helena nunca negou a cirurgia, o problema é que não tinha agenda e o caso da Lorena é urgente, para ontem, e o convênio chegou a marcar para abril e o Itaci não me retornou. Enquanto isso minha filha está piorando, o tumor cresceu e afeta o nervo ótico, ela passa mal, vomita muito, toma muitos remédios e dorme o dia inteiro, muito diferente do que ela era antes de descobrirmos o tumor. Minha filha corria e brincava como qualquer criança. Mesmo doente ela queria ir para a escolinha, que ela adora, mas não tem como levá-la. A gente fica desesperado, sabemos que o risco da cirurgia é grande”, lamenta a mãe. O tumor que em dezembro tinha 3,8 centímetros, este mês já está com 4,5 centímetros.
Depois de procurada pela reportagem, a direção do Santa Helena entrou em contato com a família e informou que já admite a possibilidade de fazer a cirurgia via nasal. “Antes quando a gente questionava o tipo de cirurgia era só ‘não dá’ como resposta e tudo por email. Agora já me ligaram e foram muito prestativos”, disse Gislene.
Já a assessoria do Hospital Itaci disse que Lorena já poderá ser operada em menos de um mês. “O Itaci esclarece que a menor L.M.B. está em acompanhamento pelo serviço desde setembro de 2022. De acordo com os protocolos médicos previstos para o acompanhamento do tipo de tumor, a criança vem sendo monitorada pelo serviço, com registros de passagem em novembro, dezembro e, por último, em 14 de fevereiro (ontem), quando se observou uma progressão do quadro clínico. Diante da evolução, o Itaci está programando a cirurgia para a primeira quinzena de março. A criança se encontra medicada e orientada para retornar em caso de piora dentro deste período e, assim que confirmada a data, a equipe do serviço entrará em contato com a família”, informou o órgão.
Agora com duas possibilidades de cirurgia a família vai avaliar qual é a opção com a qual se sentirá mais segura. “Estamos cientes dos riscos e vamos avaliar qual será a melhor escolha. Inicialmente pensamos na que vier mais rápido, porque não quero ver minha filha sofrendo mais assim, o tumor está crescendo. Eu quero ver ela curada”, completa Gislene.