A Feasa (Federação das Entidades Assistenciais de Santo André), por meio do seu Grupo de Apoio à Adoção Laços de Ternura, realiza nesta terça-feira (28/2), às 18h30, no Sesc Santo André, o lançamento do livro ‘Famílias Adotivas e Suas Histórias Inspiradoras’. Com distribuição gratuita, a obra é composta por 27 histórias, escritas por famílias que integram o Grupo Laços de Ternura e conta com o prefácio de Soraia Lorenzo Buso, juíza da Vara da Infância e Juventude da Comarca de Santo André.

Esse é o segundo livro que a Feasa publica, com o objetivo de divulgar experiências adotivas, na perspectiva de contribuir para uma nova cultura da adoção. “Livre dos preconceitos que dificultam o direito à convivência familiar para várias crianças e adolescentes consideradas inadotáveis”, completa Maria Inês Villalva, coordenadora técnica da Feasa e do Grupo de Apoio de Adoção Laços de Ternura.
O lançamento do livro tem a participação de um contador de histórias, que destaca, de forma lúdica, as famílias autoras das histórias, e conta também com o depoimento de adotantes e com homenagens aos parceiros e apoiadores do Grupo Laços de Ternura.
Esta é a segunda obra do grupo. A primeira foi há 15 anos, ‘Histórias que se cruzam pelo laço da adoção’. O tema persiste em razão da tamanha importância.
Maria Inês conta que, infelizmente, ainda hoje existe preconceito com relação ao processo de adoção. “O ato ainda é visto por muitos como uma filiação de segunda categoria, ou uma forma não legítima de se ter um filho. “Adoção não é caridade, é uma forma legítima de ampliar ou construir uma família”, defende.
Maria Inês conta que, geralmente, as crianças colocadas para adoção são tiradas de suas famílias biológicas por questões relacionadas a abandono, maus tratos, abuso ou negligencia. “Por trás de uma história de adoção, sempre tem uma história de dor”, relata. Essas crianças são encaminhadas para instituições de acolhimento institucional, onde ficam à disposição da Justiça – que avalia a possibilidade de voltarem para suas famílias biológicas ou extensas (tios, avós e padrinhos). Na impossibilidade, são encaminhadas para adoção.
A coordenadora explica que o primeiro passo quando uma pessoa ou família decide adotar o caminho é procurar o fórum da comarca onde reside. Após passar por uma série de entrevistas e um curso, os interessados são incluídos no Sistema Nacional de Adoção. A partir daí são chamados de acordo com o perfil que traçaram (raça, idade, necessidades especiais, doenças etc). “Hoje posso dizer que a questão racial não é mais uma dificuldade”, comemora.
Qualquer pessoa pode dar entrada ao processo de adoção (solteiros, divorciados, viúvos, casados, em união estável, casais homossexuais, heterossexuais, mães solo etc), contanto que tenha mais de 18 anos e respeite uma diferença de no mínimo 16 anos entre o adotante e adotado.