
O dia 20 de março marcou a chegada do outono e trouxe o alerta sobre o risco das doenças respiratórias, que tendem a se manifestar mais na estação, devido ao clima frio e seco. O pneumologista do Hospital São Luiz, em São Caetano, Diego Henrique Ramos, afirma que a estação pode agravar casos de alergias, como rinite e sinusite, além de asma e bronquite.
No outono também são mais frequentes os resfriados, gripes e pneumonias. Crianças, idosos e pacientes com doenças pulmonares encabeçam o grupo de risco. No caso das crianças, há um aumento de bronquiolite, uma infecção causada por vírus que faz a criança “chiar”.
Outra orientação é que todos os portadores de alguma doença de base mantenham o tratamento adequado como forma de controlar a enfermidade e evitar possíveis complicações, já que alguns casos podem evoluir de forma mais grave, e necessitar de internação hospitalar. “Para evitar o agravamento destas doenças, basta manter o tratamento adequado para doenças, como asma e rinite, tomar cuidado com exposições a poeira e materiais que estão guardados há muito tempo, já que tudo isto pode fazer com que o quadro piore”, orienta o pneumologista.
No caso das infecções respiratórias, a recomendação é evitar o contato com doentes, além de ambientes fechados e aglomerados. Também é importante fazer a lavagem das mãos com água e sabão ou o uso de álcool em gel 70% de forma frequente, além de evitar o compartilhamento de objetos que possam estar contaminados.
Desidratação
O infectologista e professor de Infectologia no Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Juvencio José Duailibe Furtado, explica que as principais formas de transmissão dos vírus respiratórios é por contato direto entre pessoas, pela saliva ou pelas mãos levadas à boca. “As viroses respiratórias tendem a diminuir com a busca por lugares arejados, mas existem os chamados enterovírus que causam doenças respiratórias seguidas por diarreia, o que é bem preocupante durante o verão por conta da desidratação”, explica.
Em relação ao diagnóstico, Furtado afirma que a palavra ‘virose’ foi muito utilizada para diagnosticar quadros de doenças respiratórias, mas existem formas corretas de fazer a análise correta de uma infecção respiratória. “Utilizamos o chamado painel viral, que detecta 16 tipos de vírus, através de uma técnica molecular (PCR). Com este painel, identifica os vírus presentes no paciente e, com isto, é possível descobrir qual é a enfermidade correta”, informa.