
Em entrevista coletiva on-line realizada nesta quarta-feira (29/03) o presidente da Coop (Cooperativa de Consumo), Pedro Luiz Ferreira de Mattos, fez um balanço da rede no ano de 2022, relatou crescimento do número de associados e de lojas, mas também revelou novas estratégias de negócios; o fim da operação dos postos de combustíveis, cujas três unidades que já foram vendidas, e o investimento em um novo modelo de negócio, os minimercados autônomos para condomínios, que deve ter sua primeira unidade instalada no ABC ainda este ano.
Desde o ano passado, quando Mattos assumiu o comando da Coop, os postos já eram considerados um modelo de negócio que não interessava mais à rede. Na época o economista dizia que as três unidades não davam prejuízo, mas também não traziam lucro e a ideia seria investir onde a Coop já tinha expertise. Nesta quarta-feira, ele confirmou que os postos vão continuar funcionando, mas sob outro comando. “O negócio já foi vendido e vamos descontinuar. Os postos ficam, mas já foram vendidos”, resumiu.
Sobre os minimercados autônomos que já estão presentes em diversos condomínios da região, a Coop se preocupa em manter sua imagem junto aos cooperados, acostumados à variedade dos pontos de venda, algo que não será possível neste novo segmento. “Vamos estar onde o consumidor está. Esse modelo de loja de conveniência com estrutura mais tecnológica dentro dos condomínios. Estamos estudando com cuidado, da mesma forma que fizemos com o Atacarejo – a Coop investiu em uma loja em São José dos Campos, no interior do Estado no formato atacarejo. Temos cuidado porque nosso cliente está acostumado com o atendimento e o acolhimento”, explicou.

Mattos não revelou quando o primeiro minimercado autônomo será inaugurado, mas garantiu que será no ABC. Segundo ele a rede negocia com quatro ou cinco condomínios. Ele disse ainda que a unidade piloto deve ser inaugurada este ano. “Estamos aprendendo as dores e as virtudes deste modelo ainda”, relatou.
Inaugurações
Ao fazer um panorama dos negócios da Coop, Mattos relatou que o segmento de farmácias encolheu em 2022; antes eram 80 farmácias da marca e hoje são 73. Segundo o economista sete lojas fecharam porque não estavam com o fluxo de clientes esperado. O presidente da Coop disse ainda que a rede fará uma série de inaugurações este ano, entre elas a de 10 farmácias e com isso o número antigo de oito dezenas será superado. Destas dez inaugurações, três serão no ABC. As farmácias representam hoje 19% do faturamento da Coop e as novas lojas vão fazer esse percentual chegar a 20%.
Além das farmácias a Coop vai inaugurar três supermercados dentro de um ano, todos no ABC. Apenas o endereço da avenida Dom Pedro I, em Santo André, foi divulgado, visto que o prédio está quase pronto. A abertura dessa nova loja está prevista para o segundo semestre. Mattos não divulgou os outros dois endereços. Ao todo a rede investiu R$ 141,5 milhões nas novas lojas e em melhorias nas existentes.
Balanço
A Coop cresceu 5,7% em 2022, comparado com 2021. Um crescimento próximo a IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). O faturamento bruto encerrou o ano em R$ 2,8 bilhões, sendo o supermercado responsável por 76,6% do valor; drogaria por 19,4%; atacarejo, 2,8% e os postos de combustíveis por 1,2%. Por setor, 76,6% do faturamento veio dos supermercados, 19% das drogarias, 3% do Atacarejo e 1% dos postos de combustíveis. Somente no ano passado o número de associações teve um acréscimo de 139 mil pessoas. “Esse crescimento mostra o vigor desse modelo, já temos 1.000.005.000 cooperados ativos. Nas nossas lojas conhecemos a maioria dos clientes; 89% das nossas vendas são para cooperados”, aponta.
A Coop tem atualmente 30 supermercados, sendo 23 deles no ABC, e 73 drogarias, que empregam cerca de 6 mil pessoas. Os planos são de crescimento de 3% neste ano, amparado nas inaugurações previstas.
E-commerce
As vendas digitais que até o meio do ano passado eram tímidas se comparadas ao tamanho da Coop ganharam um impulso importante com uma nova plataforma digital baseada em cloud. Segundo Mattos ela foi implantada em outubro passado e já dobrou as vandas on-line. No balanço anterior, feito no ano passado o presidente da rede dizia que esperava aumentar as vendas digitais e esperava que elas representassem R$ 70 milhões. A meta continua, mas ela deve ser alcançada até o ano que vem. “A penetração do e-commerce depende da sua maturidade, é muito novo ainda, devemos chegar a meta em outubro do ano que vem. A expectativa é continuarmos perto de 20%, ou seja, esse modelo deve manter sua relevância”.
Pedro Luiz Ferreira de Mattos disse que a Coop também espera ver crescer a participação dos produtos de marca própria nas vendas. Atualmente eles correspondem a 7% dos tíquetes e os planos são de que cheguem a 15% de participação.