
Muito conhecida em Rio Grande da Serra em outras cidades da região, a Biquinha Matarazzo pode ter comprometido aquilo que a fez famosa, a qualidade da sua água. O local que fica em propriedade particular tem nascentes naturais e há mais de 20 anos torneiras foram instaladas na parte externa do terreno o que atrai muitas pessoas em busca da água, ocorre que o interior da propriedade foi invadido e vandalizado e o risco de que a água possa estar contaminada já é considerado.
O vereador Elias de Lima, o Elias Policial (Podemos) esteve no local no final de semana e flagrou a situação de abandono e a depredação do local. Dentro do terreno, onde a água nasce foi feita uma edificação no entorno e a pedra protegida com um vidro, porém toda essa estrutura foi depredada. “O movimento que eu represento instalou no local um portão e foi feita a zeladoria do local, tudo com a autorização dos proprietários, mas como não tem ninguém lá cuidando, invadiram, não sei com qual a intenção e quebraram tudo, o vidro que protegia a nascente está quebrado, e sabe-se lá o que fizeram ou que jogaram ali que pode até comprometer a água que sai nas torneiras do lado de fora do terreno”, explica o parlamentar.
O vereador considera que, mesmo se tratando de uma área particular a prefeitura deveria atuar com a fiscalização do lugar, já que a população usa essa água para o consumo. “O lugar é lindo e a prefeitura poderia transformá-lo em uma área de interesse social. Certamente poderia ser feito muito mais”, disse o vereador que disse ter levado a situação à secretaria de meio ambiente da prefeitura, fazendo um pedido para que seja feita a análise da água.
Para o ambientalista do MDV (Movimento em Defesa da Vida do ABC) José Soares da Silva, como os proprietários não cuidam, a prefeitura deveria cuidar da área. “Os donos pediram a lavra daquela área para engarrafamento de água, mas não seguiram com o projeto, mas colocaram torneiras para o lado de fora. Se a água é fornecida fora do terreno cabe a prefeitura fiscalizar e também cobrar que o dono cuide da área, mas o problema é que a prefeitura não informa a constância que faz a análise da água, não há na prefeitura nenhum processo sobre isso. Ou seja, não se sabe mais se a água tem qualidade, para quem consome é uma roleta russa, quando é um dever da prefeitura garantir a potabilidade daquela água”, aponta.
Silva diz ainda que no entorno do terreno algumas construções de galpões, podem comprometer também a água da nascente. “Ali é uma sub-área de conservação ambiental que fica na bacia do Ribeirão da Estiva, onde a Sabesp capta água, esses galpões no entorno podem causar danos ambientais e poluir essa água”, destaca.
A prefeitura de Rio Grande da Serra foi procurada para falar do tema, mas até o fechamento desta reportagem não se pronunciou. O espaço fica aberto e a matéria será atualizada assim que o município responder.