
As feiras livres, os supermercados e o Ceasa do ABC estão abastecidos com peixes para a Semana Santa, quando a tradição católica recomenda o consumo do alimento em detrimento da carne. O movimento esperado é grande e só não é maior porque os preços, sobretudo do bacalhau, estão elevados, porém dependendo de como o alimento for preparado há várias alternativas, algumas mais econômicas.
Para o engenheiro agrônomo da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá Benedetto, o setor está animado, há muito produto, portanto quem não dispensa o peixe na Semana Santa não terá dificuldade em encontrar. “O maior movimento é esperado para esta quinta-feira (05/04), isso porque a maioria das pessoas prefere o peixe fresco ao congelado. O bacalhau também tem bastante oferta e está um pouco caro, o nosso dinheiro na verdade é que não está valendo muito e os produtos importados, comprados em dólar, acabam ficando mais caros”, analisa.
É um conjunto de peixes que são considerados bacalhau é grande e há diferentes tipos, tamanhos e cortes. “O bacalhau do Porto é ainda a vedete, é o mais conhecido, mas um dos mais caros, tem o Gadus Morhua, também um dos mais procurados e também de preço elevado, mas tem o Macrocephalus, uma variedade mais barata. O cliente deve olhar a espessura dos cortes, por exemplo, uma caixa de Bacalhau da Noruega com oito pedaços é mais cara, porque são cortes maiores, já a caixa com 12 sai mais barata porque são peças menores. Se a intenção é fazer o bacalhau desfiado, pode-se optar pelas lascas, que também é um produto de qualidade. O bacalhau tipo Ling, é outra opção a um custo menor. Tem opções para todos os gostos e bolsos. Os preços aqui na Ceasa variam de R$ 110 a R$ 190 o quilo”, explica o engenheiro da Craisa.
Outro peixe bastante procurado e caro é o salmão que pode ser encontrado a R$ 129 o quilo se for fresco e a R$ 99 se for congelado. Outras opções são a sardinha limpa que sai a R$ 31 e o filé de tilápia a R$ 69,50. “Podemos fazer uma escolha mais econômica com os peixes do nosso litoral ou os de água doce como a tilápia que tem bastante produção. O problema é que o brasileiro, apesar da extensa faixa de mar e dos grandes rios do país, não tem uma cultura de consumir peixe o ano todo”, comenta o Benedetto.
Otimismo
O empresário Carlos Ramos, da Ramos Pescados, que fica no Sacolão Santa Terezinha da Craisa, está otimista, mesmo com os preços mais elevados. “A expectativa é boa, acredito numa alta de 8% em relação ao ano passado. Só o bacalhau, acredito que vai vender menos porque aumentou demais. Talvez acréscimo de venda só nos cortes menos nobres, caso de lascas. Aqueles lombos de bacalhau Gadus Mohua, com certeza vai vender menos que o ano passado”, analisa.
Ramos diz que a procura maior nesta época deixa os preços mais salgados que o próprio bacalhau. “Todo ano a especulação em relação à Semana Santa é muito grande, então falta produto de boa qualidade e os preços sobem exageradamente em função da demanda. Essa é uma semana em que o cliente vai pagar um pouco mais caro, no caso de uma peixaria como a nossa, o pessoal que quer praticidade pode comprar um filé de tilápia fresquinho com o preço na faixa dos R$ 60 o quilo. Tem também a corvina a preço bom, a tilápia inteira que está com preço competitivo”, diz o comerciante.
Quem não dispensa o produto mais nobre vai ter mesmo que desembolsar um valor maior para a refeição da Semana Santa. “Para a pessoa que quer gastar um pouco mais, além do bacalhau tem o salmão, que teve aumento significativo nos últimos 40 dias, mas no nosso caso a gente vende o filé de salmão fracionado, então o cliente compra o que quer, isso é uma facilidade, pois um filé chega a pesar de 4 a 5 quilos, aqui se quiser 300 gramas a gente corta, poucas peixarias fazem isso”, comenta Carlos Ramos. Segundo o empresário do setor após a Quaresma, os preços tendem a se estabilizar novamente, exceto o bacalhau que mantém o preço praticamente o ano todo.
Dicas
Comprar o peixe congelado pode ser uma opção mais econômica, mas em algumas situações, e até por má fé, comerciantes congelam o produto com mais água e a perda, após o descongelamento pode ser de 20% a 40%. Fábio Vezzá Benedetto, da Craisa, também recomenda que o consumidor olhe detalhadamente o produto antes de comprar. “O peixe deve ter as cores vivas nas guelras, os olhos devem estar brilhantes. Se as escamas e os olhos estiveram sem brilho, esse peixe pode estar sem condições de consumo, isso vale para o peixe inteiro. Se a compra for de filé, é mais difícil identificar se o peixe está fresco, uma dica é ver se ele está firme; se estiver desmanchando não está bom”, orienta.
Duas prefeituras fazem campanhas de pescados na região
As prefeituras de Diadema e de Mauá deram início a campanhas de pescados. As campanhas vão até sexta-feira (07/04).
Em Mauá a campanha começou na terça-feira (04/04). Em sete pontos da cidade estarão instaladas barracas para a comercialização de peixes. A iniciativa vai até a Sexta-feira Santa (07/04). “O objetivo é estimular o consumo destes produtos e facilitar a vida dos moradores na Semana Santa, período de maior procura por pescados devido ao calendário religioso. É a oportunidade de comprar alimentos saudáveis e de boa qualidade. Sem contar a praticidade, já que a ação vai contemplar as principais regiões de Mauá”, diz a prefeitura em nota.
A prefeitura diz que os comerciantes são credenciados e que eles precisam cumprir uma série de exigências, como usar caminhões isotérmicos, o que garante o transporte na temperatura ideal, além de vitrines padronizadas, sempre limpas e com gelo na quantidade ideal. Os feirantes são treinados e monitorados pela Vigilância Sanitária.
A Campanha do Pescado será promovida de 04 a 06 de abril, das 8h às 20h, e 07 de abril, das 8h às 12h. Os pontos de venda são: Jardim Feital (rua Aloísio de Azevedo, esquina com a avenida Benedita Franca da Veiga); Jardim Zaíra I (avenida Sebastião Antonio da Silva, esquina com a avenida Presidente Castelo Branco); Jardim Zaíra II (rua Guerino Boscariol, esquina com a avenida Presidente Castelo Branco); Vila Magini (avenida Washington Luiz, próximo a passarela que liga a UPA – Unidade de Pronto Atendimento – ao shopping); Parque das Américas (rua Havana, esquina com a rua Haiti; Jardim Itapark (avenida Itapark, esquina com a avenida Barão de Mauá; Jardim Oratório (rua Foz do Iguaçu, esquina com a avenida Ayrton Senna da Silva).
Em Diadema não nove pontos de venda. A Campanha de Pescados já é tradição da Semana Santa na cidade. Os produtos ofertados são: merluza, pescada, tilápia, cação, sardinha, porquinho e camarão. Os preços, segundo a prefeitura, são os de mercado, o objetivo da campanha é facilitar o acesso dos produtos. A campanha teve início na quarta-feira (5/4) e vai até a sexta-feira (7/4).
Os endereços onde os pontos de venda estão instalados são os seguintes: Jardim Canhema(rua Santa Efigênia, esquina com a rua Dom João VI); Jardim Rosinha (praça Arnaldo de Farias, rua Gaspar Ricardo e rua Ida Spagiari Martins; Jardim Promissão (rua Antônio Cardoso de Barros, esquina com avenida Pau do Café, na calçada oposta ao Centro Cultural); Jardim Marilene (avenida Alberto Jafet, calçada oposta ao nº 809); Serraria (Praça no início da estrada do Rufino, próximo ao CRAS); Eldorado (rua Frei Ambrósio Luz, em frente ao Centro Cultural); Taboão (avenida Paranapanema, em frente ao Extra) e Centro (praça da Moça – esquina da avenida Alda com a rua Graciosa). Já a barraca montada na praça Lauro Michels, no Centro, vai funcionar apenas nesta quinta-feira (06/04).