A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Poluição do Polo Petroquímico segue na Câmara de São Paulo. Os vereadores aguardam os resultados de um estudo epidemiológico que possa corroborar com a investigação em relação aos moradores da Zona Leste, próximos a divisa com o ABC e que moram próximo do Polo. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (10/04), os vereadores paulistanos Alessandro Guedes (PT) e Marcelo Messias (MDB) falaram sobre os próximos passos da Comissão.
É aguardado para os próximos dias a conclusão do estudo epidemiológico pedido para a Secretaria Municipal de Saúde para avaliar possíveis casos de tireoidite de Hashimoto, doença supostamente causada pela poluição oriunda do Polo Petroquímico. A princípio 3.550 pessoas participaram da primeira fase do estudo e 770 passaram por exames na segunda fase.
O estudo envolveu moradores das regiões de São Mateus, São Rafael e Sapopemba, ou seja, que moram próximas a divisa com o ABC e próximas ao Polo Petroquímico, e também com pessoas de outros bairros como Itaim Paulista e Jabaquara, localidades que estão longe do epicentro da investigação, mas que vão servir como parâmetro de comparação.
Os vereadores que fazem parte desta comissão também vão visitar o próprio Polo Petroquímico para entender o funcionamento do local. O grupo já visitou a região próxima e pode sentir na pele alguns efeitos da poluição na região.

“O que percebemos é que a cidade de São Paulo vem pagando a conta durante anos. Aqui a população da Zona Leste sofre demais com a poluição que vem acontecendo há décadas. Não foi resolvido nada, não foi feito nenhum trabalho pela parte das empresas e pelo município de São Paulo para apurar os fatos. O que eu percebo é que a cidade de São Paulo fica só com a parte ruim”, disse Messias que é relator da CPI.
“Temos um ano de CPI. Muito trabalho acumulado e que tem surtido efeito do lado da cidade de São Paulo. É um tema muito difícil de ser toado por ser um tema que trata de outros municípios também. Nós somos vereadores da Capital e o problema, tudo indica, é do Polo Petroquímico de Capuava que fica em Santo André e Mauá. São Paulo fica com o vento que traz a poluição para cá e a nossa população ficando doente possivelmente por causa do Polo”, disse Guedes, presidente da comissão.
Outro ponto que ocorrerá nos próximos meses é o retorno dos representantes das empresas do Polo Petroquímico. Houve muita reclamação sobre a falta de respostas completas sobre o assunto, o que irritou os parlamentares paulistanos que agora buscam com os estudos detalhar ainda mais o tema em busca de soluções que possam manter o Polo funcionando, mas ao mesmo tempo garanta a saúde dos moradores.