
Os últimos episódios de violência em escolas do país, que resultaram em mortes, acenderam uma luz de alerta nas secretarias de educação das prefeituras. Desde o início da semana as prefeituras adotaram novas estratégias para garantir que os alunos estejam seguros dentro das salas de aula. Aplicativo com botão de pânico para casos de emergência, ampliação do monitoramento por câmeras e a presença física de guardas civis estão entre as medidas tomadas pelos municípios.
O aplicativo com botão de pânico foi a medida adotada por três cidades, são elas: Mauá, Ribeirão Pires, São Caetano. São Bernardo e Ribeirão Pires colocaram guardas civis nas escolas enquanto que Santo André vai ampliar o monitoramento por câmeras. Diadema, por sua vez, quer agir na causa e criou o Observatório de Segurança Escolar.
São Bernardo
A rede municipal de São Bernardo, que tem 218 escolas e 80 mil estudantes, conta, desde segunda-feira (10/04) com a presença dos guardas durante o período de aulas. A ação, segundo a administração, deve vigorar por tempo indeterminado. A prefeitura não informou quantos guardas serão empregados nesta atividade, mas diz que eles estarão junto aos portões dos colégios e também farão rondas à pé no entorno. A rede municipal conta com equipe técnica, composta por psicólogos, que orientam as equipes de gestão, docentes e famílias sobre o tema.
Ribeirão Pires
Ribeirão Pires também colocou desde segunda-feira (10/04) Guardas Civis de plantão nas escolas. São 25 GCMs encarregados da função além do reforço do policiamento nas escolas através de rondas. A prefeitura também já iniciou trâmites para a implantação de aplicativo eletrônico, nos moldes do “botão do pânico”, para o atendimento de unidades de ensino públicas e privada. Ribeirão Pires conta com programa de Apoio Psicossocial Escolar (APSE), que promove o acompanhamento de educadores e alunos por psicólogas e assistente social. Esta equipe será reforçada. Criado em junho de 2021, o APSE já realizou 900 atendimentos. Somente entre fevereiro e março deste ano, já foram 30 relatos acolhidos. A rede municipal de Ribeirão Pires conta com sete mil estudantes matriculados em 33 escolas.
São Caetano
O botão do pânico já está sendo implantado nas 69 escolas municipais de São Caetano. O aplicativo poderá ser acessado pelas equipes gestoras das escolas ligando-as diretamente ao CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) e à Polícia Civil. “Ao ser acionado, imediatamente nosso CGE receberá um aviso de situação de emergência e viaturas das forças de segurança, formadas pela Guarda Civil Municipal e pelas Polícias Militar e Civil, serão encaminhadas diretamente à escola”, explicou o prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). O prefeito também solicitou reforço às autoridades de segurança do Estado.
Santo André
Santo André não vai colocar guardas dentro das escolas, mas determinou o reforço das rondas no entorno dos colégios. A ação mais pontual será a ampliação do monitoramento por câmeras nas unidades de ensino. Hoje 95% são monitoradas e até o final de abril a prefeitura quer monitorar todas. As imagens serão acompanhadas no Centro de Operações Integradas em tempo real, pela GCM e pela Polícia Militar. O município vai intensificar o envolvimento e diálogo com a comunidade, para dar orientações e receber sugestões ou denúncias. Uma das iniciativas é o programa Con_Viver Bem, que tem 20 psicólogos itinerantes atuam na rede com objetivo de proporcionar apoio emocional para professores, alunos, equipes gestoras e a comunidade escolar. Há ainda outro projeto chamado Acolhendo Emoções com psicólogos que atendem os alunos da rede que apresentam queixas ou dificuldades de ordem psicoafetivas ou socioemocionais. A rede municipal de Santo André tem 127 escolas e 42.485 alunos.
Mauá
A Prefeitura lançou na terça-feira (11/04) a campanha Mauá pela Paz nas Escolas, mobilização que visa unir a sociedade em busca de soluções para prevenir casos de violência no ambiente escolar. No evento apresentadas as primeiras medidas, entre elas está dobrar o efetivo da GCM. O processo de contratação de 100 novos agentes já está em andamento – outros 116 deverão ser chamados no início de 2024. A administração municipal também anunciou um número de telefone, em operação desde esta quarta-feira (12/04), para que a comunidade escolar possa acionar a GCM em caso de necessidade. As ligações podem ser feitas para o 4512-7675. Atualmente, as 44 escolas municipais contam com câmeras de segurança e também com o dispositivo “botão do pânico”, que aciona a central de videomonitoramento. Além disso, o efetivo da GCM intensificou o patrulhamento comunitário e preventivo próximo das unidades de ensino.
Diadema
Diadema criou o Observatório de Segurança Escolar que vai reunir GCMs, representantes dos conselhos escolares, lideranças comunitárias, para identificar pontos críticos e discutir ações de combate à violência. A cidade informa que também vai intensificar as rondas realizadas pela sua guarda. Como ações preventivas o programa Escola Protege teve ações intensificadas também. Essa ação garante atendimento presencial de assistentes sociais, psicólogos, psicopedagogos, fonoaudiólogo para famílias e estudantes. Um grupo de apoio com mediação de psicóloga auxilia professores e há ainda um programa de enfrentamento ao bullying. A administração mantém ainda um sistema de monitoramento da frequência escolar pois identificou que situações de violações de direitos de crianças e adolescentes estavam ligadas á baixa frequência. A cidade informa ainda que todas as escolas contam com vigilância por câmeras.
Polícia
A Polícia Militar vai realizar nesta quinta-feira (13/04) em Ribeirão Pires um evento que terá duas palestras sobre conflitos em escolas. A iniciativa foi do comandante do 30° Batalhão da PM, o tenente coronel Aramis Garcia Stalba. “São palestras, em conjunto com a Diretoria de Ensino, visando levar conhecimento aos professores para que estejam aptos para lidar com situações de agressores ativos”, explicou o oficial em nota.
O evento acontece à partir das 9 horas no Teatro Municipal Arquimedes Ribeiro (rua Dr. Yutaka Ishihara, 220). Os palestrantes são a professora Larissa Felipe Ferreira e o capitão Paulo da Rocha Cavalheiro.