
Em assembleia realizada neste sábado (15/04) os funcionários da Fundação Casa decidiram cruzar os braços à partir do dia 03/05 se o governo do Estado não apresentar uma proposta de reajuste salarial dentro dos próximos 15 dias. A categoria reivindica 15% de reajuste salarial e reconhecimento como servidores da área de segurança pública.
A assembleia organizada pelo Sitsesp (Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo) aconteceu pela manhã no auditório do Sindicato dos Eletricitários, na Capital. A categoria decidiu dar prazo de uma quinzena para uma proposta de reajuste. Na sexta-feira (14/04), um dia antes da assembleia, sindicato e a Fundação Casa tiveram uma reunião, e nenhuma proposta foi apresentada. Segundo o sindicato a alegação da fundação foi que a CPS (Comissão de Política Salarial) do governo ainda não definiu a proposta de reajuste.
Para o diretor do Sitsesp que cuida das negociações coletivas, Mário Martins Pereira, a decisão de aguardar mais quinze dias foi uma demonstração de boa vontade dos trabalhadores. “Demos um voto de confiança, até porque a liderança do governo na Assembleia Legislativa, prometeu nos apoiar nessa luta. Então resolvemos dar esse tempo, mas a verdade é que estamos na estaca zero, sem proposta alguma”, explica.
A categoria definiu que se até o dia 29/04 não receber nenhuma proposta uma nova assembleia será realizada e os trabalhadores vão dizer se votam pela greve, que teria início no dia 03/05. “No dia 29 faremos uma assembleia informativa para dizer aos trabalhadores como estão as negociações, se não tiver proposta até lá entramos em greve”, diz.
O ABC possui sete unidades da Fundação Casa, sendo duas em Santo André, duas em São Bernardo, uma em Mauá, uma em Diadema e uma casa de atendimento a menores em semiliberdade em São Bernardo. A capacidade de atendimento varia de 20 a 54 menores por unidade. Segundo o Sitsesp, o número de internos não chega a capacidade máxima, mas o número de trabalhadores tem caído drasticamente. As unidades da região têm juntas 214 jovens, 66% da capacidade máxima que é de 324 internos.
O RD indagou a Fundação Casa sobre a campanha salarial da categoria e porque nenhuma proposta foi apresentada ainda, mas até o fechamento desta reportagem o órgão estadual não se posicionou.