
Na manhã desta sexta-feira (06/05) foi realizada nova audiência de conciliação na Justiça do Trabalho entre a Fundação Casa e os trabalhadores da entidade que estão em greve desde quarta-feira (03/05), mas não houve entendimento. A entidade não melhorou a proposta de reajuste que ficou nos mesmos 6% oferecidos na primeira audiência e os trabalhadores querem 15% de aumento para compensar as perdas de dois anos de salários congelados. Sem avanço os trabalhadores decidiram manter a greve e seguir a determinação de que pelo menos 80% dos servidores compareçam ao trabalho, conforme liminar concedida pela justiça.
Como não houve entendimento a negociação parou e caberá ao judiciário decidir a questão. O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 2ª Região vai definir sobre as cláusulas econômicas e sociais reivindicadas pelos trabalhadores. A presidente do Sitsesp (Sindicato dos Trabalhadores nas Fundações Públicas de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente em Privação de Liberdade do Estado de São Paulo), Cláudia Maria falou sobre o impasse nas negociações. “Não houve avanço então temos que fortalecer o movimento grevista, lembrando que temos uma liminar que temos que cumprir”, disse.
Apesar da falta de entendimento na audiência a Fundação Casa disse que continua aberta a negociar. “A Fundação Casa segue aberta ao diálogo com o sindicato a fim de encerrar a greve e valorizar os servidores. Desde fevereiro, a instituição tem se reunindo com o Sitsesp para negociar a valorização da categoria. A instituição ofereceu reajuste salarial de 6%, inclusive sobre os benefícios ofertados aos servidores – vale-refeição, vale-alimentação e auxílios creche e funeral –, aplicável a partir da folha de pagamento de maio, a ser creditada no mês de junho. Após a reunião de hoje (05/05) com o TRT 2ª Região, os servidores decidiram continuar com o movimento de greve”, diz o órgão estadual em nota.
A Fundação Casa diz ainda que propôs avaliação de desempenho para promoções. As avaliações seriam feitas nos próximos três semestres e estão previstas no PCCS (Plano de Cargos, Carreiras e Salários). Também disse que vai analisar a revalorização dos benefícios do vale-refeição e vale-alimentação, de acordo com estudos em andamento para equalizar os benefícios ao funcionalismo estadual.
A Fundação não informou o percentual de adesão à greve. A liminar do TRT-2 determinou que 80% do efetivo de servidores permaneçam em seus postos de trabalho para a continuidade da execução da medida socioeducativa em todo o Estado paulista. Em caso de descumprimento, segundo a decisão judicial, o Sitsesp receberá multa de R$ 200 mil por dia.