O empresário da região, Deiverson Migliati, enxergou em uma demissão a oportunidade de empreender e hoje é dono de uma das maiores franquias de cafeterias premium do país com mais de 70 lojas em nove estados e com uma média de uma nova inauguração a cada mês. Nascia em 2009 a Sterna Café, que só na região tem três lojas em São Bernardo e uma em São Caetano, cidade que deve ganhar a segunda loja nos próximos 90 dias.
“A vida começa depois de um café; eu já tomei alguns e você?”, assim Migliati começa a entrevista no RDTv desta quarta-feira (10/05). O café sempre foi uma das paixões do empresário que viajou o muito inteiro pelo menos três vezes. Ele conta como foi o início da sua carreira de empreendedor, que passou por algumas franquias até criar a sua própria marca. “Eu comecei a vida em São Caetano e minha família ainda mora no ABC. Trabalhei na Casas Bahia, estudei nas escolas estaduais e municipais de São Caetano, sempre com a vontade de empreender, de criar alguma coisa, mas era de família humilde, tive que pagar o financiamento estudantil que é difícil, mas a gente foi trabalhando. Em determinado momento, em 2009, acabei demitido da Casas Bahia. Me mandaram embora no dia 1° de abril, Dia da Mentira, mas de foi verdade”, brinca o empresário, que percebeu a oportunidade de investir sua indenização trabalhista no próprio negócio.
“Aquilo me impulsionou. Em vez de ficar me lamentando pensei em empreender. Eu não tinha conhecimento do empreendedorismo então busquei franquia da Subway, fui empreendendo pegando recursos do BNDES e o sonho se materializou e, paralelamente a isso comecei a viajar muito, experimentando bebidas novas, visitei muitos países e percebi que tinha bebidas incríveis, não só o café que a gente está acostumado, mas métodos de extração do café diferentes e aquilo despertou interesse de um dia, quem sabe, abrir uma cafeteria. Em 2015, eu já tinha bastante franquias, tinha Morana acessórios femininos, tinha temakeria, várias unidades da Subway e do KFC, mas ainda faltava aquela vontade de criar alguma coisa. E pensei porque não criar alguma coisa relacionada às minhas viagens, afinal foram três voltas ao mundo, mais de 65 países. Vi muita coisa e tive a ideia de criar a Sterna Café”, conta.
O nome Sterna vem de uma ave. A inspiração do empresário é novamente ligada às viagens. “É a ave que mais viaja no mundo, é uma andorinha migratória. Em 34 anos de vida ela viaja o equivalente daqui até a lua seis vezes. É uma ave corajosa, então me inspirei nela, criei a marca e formatei para franquia depois. Tive um sucesso muito grande nas primeiras unidades, abrimos duas próprias em 2015 e em 2016 começamos a abrir uma série de lojas e hoje estamos em nove estados brasileiros com mais de 70 franquias algumas no querido ABC”, descreve.
Na Coreia do Sul, Migliati ficou surpreso com o número de cafeterias, com a qualidade dos ambientes e do atendimento e, acima de tudo do café brasileiro que tomou por lá que trouxe mais inspiração que foi usada no seu negócio. “Fui muito impactado pelo número de cafeterias, eram muitas com ambientes bonitos, agradáveis e percebi também a qualidade maior em algumas. O que mais me chamou atenção foi quando tomei esse café, eu perguntei de onde era aquele café e me contaram que o café era brasileiro, que é acima do gourmet, é torrado de uma forma diferente, colhido e plantado e forma diferente. Quando voltei passei a pesquisar o mercado e vi que a gente era o maior produtor, o maior exportador, o segundo maior consumidor, só perdemos para os EUA. O brasileiro toma mais de 800 xícaras por ano, per capita, então é um negócio que tem bastante potencial de crescimento, mas com essa qualidade é difícil de encontrar. Até hoje em 2023 não se acha tantas cafeterias especializadas, as cafeterias premium, onde se tem uma poltrona muito confortável. A gente tem nas nossas unidades até salas de reuniões, que o cliente destrava a porta com o QR Code. Temos um exemplo desse em São Bernardo. As pessoas vão trabalhar, ficam na sala e acabam consumindo produtos de muita qualidade”.
Mercado
Os negócios relacionados ao café movimentam bilhões de dólares todos os anos no país. Só no ano passado a exportação de café rendeu mais de US$ 9 bilhões de dólares para o Brasil que vendeu para 122 países. Migliati investiu toda a sua rescisão trabalhista e buscou financiamento em bancos e buscou experiência do Sebrae e nas próprias franquias com as quais trabalhou. Ele recomenda esse caminho. “Eu hoje como franqueador da Sterna Café tenho bancos parceiros e as pessoas usufruem desse benefício que lá em 2009 eu usufrui. Então você já tem um plano de negócios aprovado. Os bancos já deixam uma linha de crédito aprovada para esse tipo de negócio. Eu consegui logo duas linhas do Proger (Programa de Geração de Renda), uma em 2009 e outra em 2010 e depois BNDES e depois as coisas foram acontecendo. Hoje pode ser um pouco mais difícil, mas não pode desistir, se for uma franquia tem um caminho um pouco mais tranquilo, porque é um caminho que alguém já desbravou, assim você compra um pacote de acertos. Tenho um franqueado em Indaiatuba, que foi buscar financiamento e ele não tinha recurso próprio nenhum e hoje é o quiosque que mais vende no Brasil, para você ver como foi importante ele não desistir. Muitas pessoas têm essa vontade e não sabem quem procurar. A dica é procurar uma franquia, o Sebrae e os bancos”, orienta.
Custo

O custo para abrir uma franquia da Sterna Café varia de acordo com o tamanho da loja. “A gente tem diversos modelos. O modelo de loja padrão é aquela um pouco maior, tem espaços instagramáveis, sempre aliado à arte, à cultura, e que acaba saindo um investimento um pouco mais alto. Essas maiores custam à partir de R$ 300 mil. Isso não significa que você não pode pegar isso de um banco parceiro nosso. Tem gente que gosta de começar a investir pequeno, com um quiosque, por exemplo, e a gente tem quiosques à partir de R$ 150 mil, depende do espaço e do mobiliário. A gente tem um caso muito interessante em São Paulo que a gente abriu a loja em um container de verdade”, explica o empresário.
Segundo Deiverson Migliati a vantagem da franquia não é apenas o plano de negócio, mas toda uma equipe de suporte que vem junto e que auxilia o franqueado que não tem experiência com o comércio ou em atender o público. “Você tem acesso a uma nutricionista, a um barista, a um head de operações ou uma universidade do café como a que temos, essa é a grande vantagem.Tenho franqueado que é piloto de avião, que é médico cirurgião plástico. São pessoas que não têm experiência em lidar com o público então a gente tem todo o treinamento para capacitar essas pessoas. Não tem que pensar em mobiliário, não tem que pensar em fornecedor, a gente tem a fábrica de salgados e bolos, então a gente fornece tudo, isso é uma tranquilidade para quem está começando e o foco passa a ser somente em vender, atender bem o cliente e faturar” completa.
A Sterna Café tem aberto todos os meses uma nova cafeteria. A próxima vai ser aberta em São Caetano, a quinta unidade da franquia no ABC. O empreendimento está em construção na avenida Goiás e ainda não tem data certa para abrir, mas Migliati espera inaugurar dentro de 90 dias. Mais informações sobre os endereços das lojas e as novidades de produtos em www.sternacafe.com.br .