Santo André tem uma localização privilegiada do ponto de vista logístico. Possui uma boa infraestrutura com acesso às principais rodovias do Estado por meio do Rodoanel além de galpões e condomínios bem-posicionados, o que facilita o escoamento de mercadorias, inclusive as do e-commerce que precisam ser rápidas. A avaliação é do empresário Milton Bigucci Jr., presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (Acigabc).
Engenheiro civil e advogado, atribui o salto de desenvolvimento no ramo imobiliário da cidade em relação às outras da região ao estilo de gestão pública, desburocratizada e acolhedora ao empreendedor nos últimos seis anos. Potencial que o construtor acredita possa ser preservado e melhorado para as gerações futuras mediante o debate exaustivo com a sociedade civil, agora na revisão do Plano Diretor.
Para o empresário, a prioridade do Plano Diretor deve ser construir uma cidade justa, onde todos os segmentos, primeiramente a população, sejam beneficiados. “Tem de atender a cidade e não apenas alguns segmentos porque se a cidade não for boa para todos, não se valorizará e o prejuízo será também para todos”, diz.
Bigucci Jr. ressalta que Santo André tem feito isso e que, no esboço do Plano Diretor em elaboração, os gestores já estão em contato com a sociedade civil para discutir ideias para o direcionamento da cidade, o que na sua opinião é motivo de grande satisfação, sinal inequívoco de que os gestores públicos estão preocupados com o futuro da cidade e dos cidadãos.
O presidente da Acigabc revela que a associação enviará em breve à Prefeitura sugestões de melhorias ao Plano Diretor e sinais de alerta quanto à atividade dos construtores, imobiliárias e administradoras do ABC, como a interferência em questões relacionadas às demandas do próprio mercado imobiliário, o tamanho dos dormitórios, por exemplo. “Precisamos atender as expectativas dos nossos clientes para vender e o poder público dá as diretrizes para cada região”, define.
Bigucci Jr. aponta as edificações muito antigas da cidade como preocupação da Acigabc, engajada na luta por uma legislação que autorize o retrofit, uma reforma com mudança de uso muito usada nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, entre outras, e que não existe ainda em Santo André.
O engenheiro afirma que a associação encaminhou como sugestão um documento à parte sobre retrofit, também enviada à revisão do Plano Diretor para pedir que não só Santo André tenha uma legislação específica, mas para que essa prática seja incentivada na cidade. “O retrofit é uma tendência mundial sem volta, porque os novos prédios vão envelhecendo e perdem sua função social”, explica.