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Comparando o primeiro quadrimestre do ano passado com o mesmo período deste ano, o número de roubos e furtos de veículos caiu 18,8%, foram menos 1.005 veículos levados por criminosos neste ano. A maioria dos veículos roubados e furtados termina em desmanches clandestinos que fazem o desmonte e vendem as partes de origem ilícita em lojas de peças usadas e, apesar do número menor de carros e motos subtraídos por bandidos, o comércio criminoso de peças continua. Nesta semana a GCM (Guarda Civil Municipal) de São Bernardo flagrou um desmanche de motocicletas no bairro Cooperativa. A Secretaria de Segurança Pública do Estado, não informou quantos desmanches clandestinos foram descobertos pela polícia neste ano.
Na terça-feira (13/06) os guardas municipais estavam em patrulhamento pelo bairro Cooperativa quando suspeitaram de uma garagem com motocicletas cobertas por uma lona. A consulta de placa constatou que um dos veículos era roubado. Um homem estava na casa que autorizou a entrada dos guardas que localizaram outras duas motos, também roubadas, uma delas já estava parcialmente desmontada. Um objeto que simula uma arma de fogo e celulares foram apreendidos no local. O homem detido foi levado ao 8° Distrito Policial e confessou que desmanchava os veículos e vendia as peças. Na delegacia foi levantado que o acusado já tinha passagens por roubo.
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Essa não foi a única ocorrência atendida pela GCM de São Bernardo neste ano e relacionada a desmanches clandestinos. Outra situação semelhante foi flagrada pela corporação municipal este ano no bairro Ferrazópolis. A prefeitura informou que orienta o patrulhamento com vistas a este tipo de delito e que só esse ano desencadeou 12 ações de patrulhamento preventivo para detecção de operações de desmanche.
As demais cidades da região ou não responderam ou disseram que suas guardas ou não tiveram contato com esse tipo de situação neste ano. A estatística da segurança não aponta os flagrantes de desmanches e, ao ser indagada, a Secretaria de Segurança Pública, não informou quantos desmanches clandestinos foram estourados neste ano. Mas a tendência é que diminuam ao passo que diminuem os roubos e furtos de veículos.
De acordo com os dados mais recentes a Secretaria de Segurança Pública, a única cidade em que os dois tipos de crime, roubo e furto, tiveram aumento foi Diadema, com variação de 29% e 32,8% respectivamente. Ribeirão Pires teve alta de 23,4% nos furtos. Em todo o restante do ABC os números caíram. (Veja quadro).
Em maio, quando os números de roubos e furtos de veículos começaram a apontar para queda, o delegado polícia David Pimentel Barbosa de Siena, que também é professor de Direito Penal e coordenador do Observatório de Segurança Pública da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), disse que era preciso esperar mais alguns meses para verificar se essa é realmente uma tendência de queda na estatística, ainda por conta da influência da pandemia da covid-19.
Para o especialista em segurança pública, o que pode explicar uma tendência de queda nos números de roubos e furtos de automóveis no Estado de São Paulo, na última década, que só teve oscilação positiva no ano passado, é o ataque às causas, ou seja, ao mercado clandestino de peças que vieram de veículos roubados ou furtados. “Desde 2014 temos a Lei dos Desmanches, que é uma lei estadual que eu considero muito boa, que regulamentou o comércio de peças e já nos primeiros anos de vigência, tivemos uma tendência de queda. De 2020 a 2022 eu nem considero por causa da pandemia. Agora é que vamos saber se teremos de volta a tendência de queda, se isso vai se confirmar em 2023”, analisa o professor que completa dizendo que o aumento do monitoramento das cidades e as barreiras eletrônicas com câmeras que identificam placas, melhoraram a resposta da polícia.
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