
Segundo a Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), os meses de junho e julho contabilizam o maior número de casos de queimaduras em todo ano ao longo do País. A chegada do inverno e festas juninas são os principais fatores do aumento.
Típicas das festas de junho, as fogueiras, fogos de artifícios, balões e bebidas quentes geram aumento em até 30% no número de internações hospitalares com vítimas de queimaduras.
Ao RD, a cirurgiã plástica Mônica Sarto Piccolo, membro da SBCP alerta para que pais e responsáveis tomem cuidado com objetos que as crianças levam para as festas. Segundo a médica, os ‘estalinhos’, famosos entre a criançada, são exemplo de perigo eminente, pois a pólvora pode explodir no bolso de uma criança e provocar queimaduras de 2° e 3° grau.
“O recomendado é que o produto fique sob supervisão dos adultos”, diz Mônica ao frisar que é recomendado soltar esses estalos em áreas abertas e com pouca movimentação para não atingir ninguém. Já as famosas fogueiras, também devem ser acesas em espaços abertos e sem a utilização de produtos inflamáveis. “É um perigo utilizar esse tipo de material, como o álcool líquido, porque se utilizado em grande quantidade, o fogo pode atingir as pessoas ao redor da fogueira e causar acidentes”, salienta.
Álcool Líquido
A cirurgiã afirma que o principal agente causador das queimaduras é o líquido inflamável, em especial o álcool líquido, responsável por até 45% das causas de queimadura. A informação é especialmente importante, uma vez que a liberação da venda de álcool líquido foi excepcionalmente autorizada no Brasil, devido à covid-19, aumentando os riscos de acidente.
Piccolo defende o banimento do produto. “A venda do álcool líquido deveria ser suspensa, Ele é um agente muito perigoso, porque além dele queimar muito facilmente, na explosão provoca queimaduras extensas e profundas, e muitas das vezes fatais”, pontua.
Em casa
No Brasil, estima-se que por ano cerca de um milhão de pessoas são vítimas de acidentes com queimaduras. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 77% dos casos acontecem em casa e 40% com crianças de até 10 anos. Por isso, o Junho Laranja da SBQ, com apoio da SBCP, é a prevenção das queimaduras elétricas.
“As crianças por estarem no período de férias, são mais vulneráveis a sofrerem esse tipo de acidente, por isso, os pais devem evitar que as crianças mexam com coisas elétricas, como por exemplo ferro, tomadas abertas e fios descascados”, explica Piccolo. Outro conselho que a cirurgiã plástica expõe é de não deixar as crianças entrarem na cozinha, enquanto o alimento é preparado, o ideal é colocar as panelas na boca de trás do fogão, o mais longe possível da criança.
Idosos
A cirurgiã alerta, ainda, sobre o cuidado com os idosos na hora de cozinhar. ” Muitos idosos moram sozinhos e acabam se queimando na hora de preparar o alimento. Já vi muitos casos de idosos que desmaiaram enquanto cozinhavam por conta de medicamentos ou algum outro fator, então é de suma importância ter uma pessoa assistindo ao lado”, aconselha.
Queimaduras
De acordo com Piccolo, as queimaduras se classificam como 1° grau, 2° grau e 3° grau:
Queimaduras de 1° grau: São as queimaduras de sol. Recomenda-se ingerir bastante água, passar hidratantes corporais, e se for sair, utilizar protetor solar.
Queimaduras de 2° grau: Já são queimaduras, que dependendo da extensão, podem ser consideradas como graves. É quando surge “bolhas” e a pele fica bastante “avermelhada”. Geralmente é causado por líquidos aquecidos ou inflamáveis. O ideal é procurar um pronto-socorro, para tratar os ferimentos.
Queimaduras de 3° grau: São as queimaduras mais graves, extensas e profundas, dependendo da gravidade, pode deixar sequelas pelo resto da vida. Esse tipo de queimadura, necessita de um serviço especializado para o tratamento das feridas.