
Praticamente tudo hoje pode ser comprado ou vendido pela internet, e com os imóveis não é diferente, mas para fazer um negócio seguro o comprador e o vendedor devem ter cuidado para evitar golpes ou surpresas desagradáveis após a negociação. Não são raros casos de anúncios fraudulentos que pedem adiantamento de valores para “segurar” o negócio, o que pode fazer com que o consumidor, iludido com um preço atraente, acabe caindo em um golpe.
Não há números oficiais das fraudes, embora o Creci-SP (Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo) tenha canais para apresentação de denúncias, muitas vezes as vítimas não registram e, quando há prejuízo, a queixa é levada à polícia. Para o presidente do conselho Augusto Viana Neto, a transação de compra ou venda de imóvel deve ser acompanhada por um corretor que vai ajudar análise da documentação. “O primeiro passo é verificar se o anúncio tem um responsável e se há inscrição no Creci, se tem essa pessoa física ou imobiliária é fiscalizada pelo conselho. Isso não quer dizer que problemas não aconteçam, o que pode ocorrer com uma empresa digital ou não, mas tendo o registro no Creci fazemos um processo de apuração”, explica.
Viana Neto conta que há portais que fazem os anúncios gratuitos, em parceria com as imobiliárias, muitos contam com corretores responsáveis e são fiscalizados. “O problema está nos anúncios colocados em sites que vendem espaço para publicar as ofertas e não aferem se o imóvel anunciado realmente existe. O comprador deve suspeitar se é pedido algum valor adiantado para a reserva do imóvel, isso já é uma situação arriscada. Por isso a importância de ter um corretor na negociação. Segundo o artigo 723 do Código Civil o corretor é responsável pelas perdas e danos caso ocorra algum problema na venda por embaraço judicial do imóvel ou do vendedor, por exemplo. O corretor deve arcar com a indenização”, detalha o presidente do Creci.
Um exemplo de empresa digital que vem crescendo muito, e que só no comparativo do primeiro semestre do ano passado com os primeiros seis meses deste ano aumentou o número de imóveis em oferta em 10 vezes é plataforma digital de compra e venda de imóveis Apê11. A empresa faz parcerias com imobiliárias para oferecer toda a sua expertise em negócios digitais, auxiliando os corretores e escritórios imobiliários que trazem a experiência e o conhecimento da região onde atuam. Os dois agentes dividem a comissão pelos negócios fechados.
Para o CEO da Apê11 Leonardo Azevedo, o mercado imobiliário já é bastante regulado, o que dificulta fraudes, isso porque o processo passa pela análise dos corretores, que são fiscalizados pelo Creci e a transação passa também pelo cartório, outra parte da transação que já digitalizou a maioria dos seus processos. Além disso, o comprador vai estar atento porque, comprar um imóvel é algo que o brasileiro dificilmente faz mais de uma vez. “A transação imobiliária é a maior coisa que se vai fazer na vida, para a grande maioria das pessoas. No Brasil poucas pessoas fazem isso mais do que uma vez, então estão mais atentas, porque a compra envolve um valor elevado. Tem também a co-responsabilidade da imobiliária sobre problemas com o imóvel ou com a pessoa que está vendendo. Outra coisa é que 55% das vendas envolvem crédito imobiliário e os bancos também são obrigados a fazer a análise dos documentos”, analisa.

Azevedo considera que mesmo assim quem vai negociar um imóvel deve se precaver. “O risco de fraude é quando um aproveitador faz um anúncio falso e uma pessoa mal assessorada cai no golpe, portanto procure lidar com empresas idôneas, a Apê11, por exemplo, é parte do Grupo Santander. A digitalização é um processo indispensável e vai crescer; eu acredito que não vai sobrar nada fora do meio digital. Na compra e venda de imóvel boa parte do processo já é todo digital, começando pela busca do imóvel nas ofertas e anúncios, mas antes de finalizar a transação a maioria das pessoas ainda vai querer fazer algo físico que é visitar o imóvel, aí que entra a imobiliária do bairro com a sua especialidade e conhecimento da região”, diz o CEO da plataforma digital.
Outra forma de garantir que o anúncio de um imóvel é regular é conferir se o corretor ou imobiliária, descritos na publicidade, estão regulares junto ao Creci. Segundo o presidente do conselho o site da entidade emite certidões dos profissionais e empresas. Essa certidão é gratuita.
ABC
A Apê11 iniciou com foco na Capital e neste ano começou sua expansão para outras regiões começando pelo ABC. “O ABC foi a primeira região para onde expandimos, conseguimos imobiliárias parceiras em São Bernardo e Santo André e estamos apostando bastante. Depois da região a plataforma já partiu também para o litoral, e as regiões de Campinas, Guarulhos e pretende estar presente em toda a região metropolitana em pouco tempo. A distribuição do portifólio que tem cerca de 30 mil imóveis é a seguinte: São Paulo lidera com 87,9%, São Bernardo vem logo a seguir com 7,9% e Santo André fica em terceiro lugar com 3,2%.