
Por Raquel Gallinati*
Os estádios de futebol, que deveriam ser palcos de alegria e confraternização, têm presenciado episódios de violência que mancham sua reputação, tornando-se cenários de crimes. Um exemplo marcante de violência ocorreu há quase quarenta anos, quando os torcedores ingleses mais extremistas, hooligans, causaram a exclusão das equipes do país das competições europeias por cinco anos.
A então primeira-ministra britânica, Margaret Thatcher, determinou uma abordagem rígida para lidar com o problema. Foi implementada uma forte repressão policial e isolamento dos hooligans, como a instalação de grades pontiagudas, eletrificadas e com arame farpado no topo, foram adotadas para conter a violência nos estádios.
Em 1989, durante a semifinal da Copa da Inglaterra uma multidão de torcedores foram pressionados e esmagados contra a grade que separava o campo das arquibancadas causando noventa e seis mortes.
Diante dessa terrível tragédia, as autoridades britânicas compreenderam a necessidade de agir de maneira efetiva para evitar novas ocorrências. Foi então que surgiu uma iniciativa que mudaria o panorama do futebol europeu: foi criada uma política de prevenção da violência.
Em vez de apenas tentar conter os confrontos em andamento, as forças policiais passaram a identificar e agir de maneira preventiva contra os criminosos.
No Brasil, a violência nos estádios é um reflexo da violência presente na sociedade como um todo. E a persistência desse problema pode ser explicada por duas questões fundamentais: as penas brandas previstas no Estatuto do Torcedor e a impunidade que prevalece. Infelizmente, crimes graves cometidos em meio às partidas muitas vezes não resultam na prisão dos culpados. A impunidade que impera no Brasil acaba perpetuando um ciclo de violência nos estádios, pois os envolvidos não enfrentam as devidas consequências por seus crimes .
Para enfrentar a violência nos estádios, é necessário que sejam adotados os mesmos instrumentos utilizados para combater a violência na sociedade em geral. Leis mais rigorosas e o efetivo cumprimento delas são essenciais para mudar esse cenário. É fundamental que haja uma resposta enérgica por parte das autoridades brasileiras.
Além disso, é preciso investir em programas de conscientização e educação, para que a cultura de violência seja confrontada e substituída por valores de respeito, fair play e convivência pacífica.
Somente com a conscientização, a educação e o engajamento ativo de todos os atores envolvidos poderemos criar um ambiente seguro e harmonioso nos estádios, fortalecendo a essência do futebol como uma celebração e uma paixão compartilhada.
Há 45 anos, os esportes fazem parte da minha vida. Desde os meus dois anos de idade, aprendi que é como brincar de quebra-cabeça com o próprio corpo. É como se você estivesse tentando acertar enquanto tenta não cair ou parecer uma gelatina humana. O desafio é se manter firme e não cair de cara no chão.
Exercícios vão muito além de simples movimentos físicos. São os desafios que enfrentamos na vida. Eles representam os obstáculos, as dificuldades, as tentativas e até mesmo as quedas e fracassos que encontramos pelo caminho. Os exercícios nos ensinam sobre repetição e a necessidade de persistir.
Assim como na vida, é com a repetição que conseguimos atingir nossos desafios e objetivos. É através da prática e constância que aprimoramos nossas habilidades e conquistamos resultados. Eles desafiam nossos limites, nos convidam a sair da zona de conforto e nos impulsionam a superar nossas próprias barreiras.
Desistir e ficar parado não fazem parte daqueles que buscam um significado para a vida.
Nessa jornada descobrimos que o sucesso não vem das vitórias, mas dos obstáculos que enfrentamos e da resiliência que desenvolvemos ao nos levantarmos após as derrotas. A determinação é o combustível que nos impulsiona a persistir, mesmo quando tudo parece difícil.
Portanto, que possamos encarar os exercícios como um reflexo da vida.
Não importa em qual estágio da vida estamos, os exercícios sempre serão uma metáfora poderosa para enfrentarmos os desafios que surgem diante de nós. Então, que possamos abraçar essa jornada com entusiasmo e determinação, sabendo que cada movimento nos aproxima de nossa melhor versão.

*Raquel Gallinati é delegada de polícia; pós-graduada em Ciências Penais, em Direito de Polícia Judiciária e em Processo Penal; mestre em Filosofia; diretora da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol) do Brasil; e embaixadora do Instituto Pró-Vítima